Pyongyang — Não alimente os animais. A regra máxima dos zoológicos mundo afora não vale na Coreia do Norte. Aliás, os visitantes são estimulados a alimentar os bichos naquela que é a “maior unidade de conservação do país”. E vale tudo: bala, chiclete, pipoca, pururuca. Inclusive com a embalagem, seja de papel ou plástico. Também pode gritar com os bichos, provocá-los e até sentar em alguns. Além de permitido, tudo é tratado como diversão.
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Trump diz que Kim e ministro da Coreia do Norte não devem durar no poderEntenda como vive a população da Coreia do Norte na ditadura de Kim Jong-unTem mais. Azalea, um chimpanzé do zoo de Pyongyang, fuma.
O funcionário que me guiou pelo zoo de Pyongyang ao lado de um intérprete fez questão de ressaltar que o chimpanzé “não fuma de verdade”, apenas imita o gesto dos humanos de levar o cigarro à boca. Ou seja: fuma mas não traga, apesar de os seus tratadores o incentivarem a acender o cigarro para entreter o público.
Cachorros
A ala dos cães é outra atração popular no do zoo. Cachorros são exibidos como animais selvagens. Eles ocupam o maior recinto do lugar. Ficam em jaulas com o mesmo tamanho daquelas dedicadas a animais de pequeno e médio porte. Há exemplares de raças como pastor alemão, pequinês, golden e shih tzu.
São cerca de 30 espécies e 500 cães, muitos deles doados pelos líderes do país, incluindo o cão pessoal do “Grande Líder Kim Il Sung”. Há cães, por exemplo, que simbolizaram a era de aproximação entre as duas Coreias sob a política “Sunshine”, promovida pelo presidente sul-coreano Kim Dae-Jung. O casal Jindo foi um presente de Dae-Jung para o seu homólogo Kim Jong Il, durante a reunião histórica realizada pelos dois líderes em Pyongyang, em junho de 2000.
Em vários recintos, além de informações sobre a espécie do animal, é possível ler em placas fixadas nas grades de onde vieram os animais do zoo de Pyongyang.
Cavalos
Também há uma ala para cavalos. E alguns estão disponíveis para passeios pelo parque. Já cães da raça São Bernardo ficam expostos em áreas verdes para fotografias. Crianças pequenas sobem neles como se fossem equinos. O mesmo acontece com tartarugas gigantes. Vi bebês sentarem e pularem sobre duas delas. No aquário, crianças, jovens e adultos tocam as tartarugas e os peixes, todo tempo.
O zoológico de Pyongyang também oferece apresentações com animais adestrados, como macacos que jogam basquete e cães treinados para fazer cálculos de somar ou subtrair em um ábaco. Tudo em uma arena confortável – para o público –, sempre lotada, com som alto e nenhuma advertência para não tocar nem alimentar os bichos.