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Estado de Minas

No excêntrico zoo de Kim Jong-un as pessoas podem até sentar nos bichos

Reformado para impressionar a população, o zoológico norte-coreano não prima pelo conforto dos animais


postado em 28/09/2017 15:01 / atualizado em 28/09/2017 15:14

(foto: Renato Alves/CB/D.A Press )
(foto: Renato Alves/CB/D.A Press )
Pyongyang — Não alimente os animais. A regra máxima dos zoológicos mundo afora não vale na Coreia do Norte. Aliás, os visitantes são estimulados a alimentar os bichos naquela que é a “maior unidade de conservação do país”. E vale tudo: bala, chiclete, pipoca, pururuca. Inclusive com a embalagem, seja de papel ou plástico. Também pode gritar com os bichos, provocá-los e até sentar em alguns. Além de permitido, tudo é tratado como diversão.

Tem mais. Azalea, um chimpanzé do zoo de Pyongyang, fuma. Um maço por dia. E já sabe usar o isqueiro sem a ajuda de um humano responsável. Tudo propagado pelos guias locais. Vi Azalea em seu recinto. Não o testemunhei tragando cigarro algum, mas presenciei seu tratador gritando com ele, para que deixasse um canto onde descansava para se aproximar do grupo de norte-coreanos que estavam ali para conhecê-lo. Três deles jogaram guloseimas para Azalea. 

O funcionário que me guiou pelo zoo de Pyongyang ao lado de um intérprete fez questão de ressaltar que o chimpanzé “não fuma de verdade”, apenas imita o gesto dos humanos de levar o cigarro à boca. Ou seja: fuma mas não traga, apesar de os seus tratadores o incentivarem a acender o cigarro para entreter o público. Aliás, qualquer um pode fumar em qualquer parte do zoológico.

 


Cachorros

 

A ala dos cães é outra atração popular no do zoo. Cachorros são exibidos como animais selvagens. Eles ocupam o maior recinto do lugar. Ficam em jaulas com o mesmo tamanho daquelas dedicadas a animais de pequeno e médio porte. Há exemplares de raças como pastor alemão, pequinês, golden e shih tzu.

São cerca de 30 espécies e 500 cães, muitos deles doados pelos líderes do país, incluindo o cão pessoal do “Grande Líder Kim Il Sung”. Há cães, por exemplo, que simbolizaram a era de aproximação entre as duas Coreias sob a política “Sunshine”, promovida pelo presidente sul-coreano Kim Dae-Jung. O casal Jindo foi um presente de Dae-Jung para o seu homólogo Kim Jong Il, durante a reunião histórica realizada pelos dois líderes em Pyongyang, em junho de 2000.

 

Em vários recintos, além de informações sobre a espécie do animal, é possível ler em placas fixadas nas grades de onde vieram os animais do zoo de Pyongyang. Oficialmente, alguns são doações antigas de líderes de outras nações comunistas. Um elefante, por exemplo, foi presenteado ao avô de Kim Jong-un pelo líder vietnamita revolucionário Ho Chi Minh. Zebras vieram da Tanzânia, e orangotangos, da Indonésia.

Cavalos

Também há uma ala para cavalos. E alguns estão disponíveis para passeios pelo parque. Já cães da raça São Bernardo ficam expostos em áreas verdes para fotografias. Crianças pequenas sobem neles como se fossem equinos. O mesmo acontece com tartarugas gigantes. Vi bebês sentarem e pularem sobre duas delas. No aquário, crianças, jovens e adultos tocam as tartarugas e os peixes, todo tempo.

O zoológico de Pyongyang também oferece apresentações com animais adestrados, como macacos que jogam basquete e cães treinados para fazer cálculos de somar ou subtrair em um ábaco. Tudo em uma arena confortável – para o público –, sempre lotada, com som alto e nenhuma advertência para não tocar nem alimentar os bichos.


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