A Boeing anunciou uma série de investimentos recentes em tecnologia, e revelou planos, na quinta-feira, de adquirir a empresa de aviação autônoma Aurora Flight Sciences Corporation, bem como uma participação na Zunum Aero, que trabalha em aviões híbridos elétricos.
Muitas das tecnologias - como táxis aéreos não tripulados - soam futuristas, mas os últimos acordos são um sinal de que elas podem não estar tão longe quanto parecem.
"A indústria aeroespacial vai mudar", disse o chefe de tecnologia da Boeing, Greg Hyslop, em uma teleconferência com jornalistas.
A compra da Aurora se baseia no trabalho da Boeing com a empresa em equipamentos comerciais e militares. Os aviões comerciais de hoje já empregam sofisticados sistemas informáticos que têm aspectos-chave de automação de voo.
Mas a Aurora pretende ir muito além disso, aspirando a um voo completamente autônomo, desde o decolagem até o pouso. Um robô, com a ajuda de inteligência artificial, poderia auxiliar o piloto pressionando os pedais, assumindo o controle em situações de emergência ou mesmo pousando o avião.
Em maio, a Aurora, colaborando com a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa, testou com sucesso seu sistema de copiloto automatizado em um avião comercial da Boeing.
A Aurora também trabalha para desenvolver uma espécie de sistema de táxi voador, de grande interesse para a Boeing em sua concorrência com a Airbus.
Em abril, a Aurora foi selecionada pela Uber para desenvolver seu sistema de transporte aéreo urbano sob demanda.
A Airbus, por sua vez, está trabalhando para desenvolver seu sistema de táxi voador Vahana até o final do ano, bem como outro conceito, o Pop UP, de viajar entre cidades.
- Aviões elétricos em 2022 -
A Boeing também está buscando desenvolver aeronaves híbridas elétricas, um objetivo da Aurora e também da Zunum Aero, uma startup de Seattle em que a gigante aeroespacial tem uma participação.
A Zunum Aero disse, na quinta-feira, que espera entregar aviões híbridos elétricos para entregas em 2022.
A empresa busca preencher uma lacuna em viagens regionais de até 1.600 km, um segmento no qual há poucas opções, custos elevados e "tempos de viagem porta a porta que não melhoraram em décadas", disse Zunum Aero em uma nota.
A tecnologia poderia permitir que aviões evitem grandes aeroportos regionais, como Washington e Boston e, em vez disso, viajam de Beverly, Massachusetts, para College Park, Maryland, a uma tarifa mais baixa.
A empresa espera iniciar voos de teste em 2019. A Zunum Aero contratou tecnólogos que trabalharam em veículos de ponta para a Boeing e a Rolls-Royce.
"Esta aeronave vai transformar a forma como vivemos e trabalhamos", disse o fundador e engenheiro chefe da Aero, Matt Knapp.
"Nós nos empenhamos em desafiar a sabedoria convencional e os limites da engenharia para entregar uma aeronave da qual estamos extremamente orgulhosos, que oferece eficiência e desempenho sem comprometimento".
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