O presidente americano, Donald Trump, enviou ao Congresso, neste domingo (8), uma lista de prioridades para a definição de uma política migratória, endurecendo dramaticamente o combate à imigração clandestina e abrindo uma nova frente de embate político no Legislativo.
Entre as "prioridades" definidas pela Casa Branca relativas à legislação migratória, destaca-se a construção completa de um "muro na fronteira sul", um projeto que Trump lançou em sua campanha eleitoral e que o Congresso evitou discutir em profundidade até agora, devido a seu altíssimo custo político.
Trump também definiu como prioritário o reforço da capacidade de vigilância e controle migratório, tanto nas fronteiras quanto dentro do país, e a adoção de um sistema migratório baseado em um sistema de pontuação por mérito, que elimina o que ele chama de "cadeia migratória familiar".
Entre as medidas concretas propostas pela Casa Branca, está uma reforma completa do sistema de asilo para evitar o "abuso" e a adoção de um mecanismo de remoção rápida de menores que ingressam clandestinamente no país sem a companhia de adultos.
Também pede o drástico corte de recursos federais para as chamadas "cidades santuário", que se negam a cooperar na identificação de imigrantes em situação irregular, assim como a contratação de 10.000 novos agentes fronteiriços.
O envio desse pacote de propostas ao Congresso coincide com uma delicada negociação no Congresso, entre democratas e republicanos, para encontrar uma saída para a situação de pelo menos 600.000 imigrantes que se beneficiaram de um plano provisório para evitar serem deportados. Adotado no governo Barack Obama, esse programa foi suspenso por Trump.
Os líderes do Partido Democrata no Congresso, o senador Chuck Schumer e a representante Nancy Pelosi, divulgaram uma nota, afirmando que a lista de Trump representa um obstáculo às negociações em marcha.
A lista da Casa Branca "inclui o muro (na fronteira com o México), que havia sido explicitamente descartado das negociações, alegaram os legisladores.
Segundo Schumer e Pelosi, o Partido Democrata estava disposto a negociar "medidas razoáveis de segurança fronteiriça", que inclua uma solução os chamados "Dreamers", "mas essa lista vai muito além do razoável", ressaltaram.