São Paulo, 12/10/2017, 12 - Desde que o Banco Central Europeu (BCE) adotou medidas de política monetária, em junho de 2014, estas exerceram papel fundamental no suporte à economia, bem como se mostraram eficazes na prevenção da deflação. Mais de três anos depois, os riscos da deflação em grande parte desapareceram e observa-se uma recuperação cíclica. Esse cenário abre caminho para o retorno da inflação abaixo de 2%, mas ainda perto desse patamar, no médio prazo. A declaração foi feita pelo economista-chefe do BCE, Peter Praet, nesta quinta-feira, em seminário do JPMorgan sobre a recuperação da economia europeia.
Praet alertou, entretanto, que a implementação de reformas estruturais que reforcem o crescimento são essenciais. É necessária a persistência no uso de instrumentos para assegurar um retorno de inflação duradouro e sustentável. Em sua avaliação, a inflação futura continua dependente de condições de financiamento fáceis, que por sua vez dependem do apoio da política monetária.
"Nas próximas semanas, o conselho do BCE avaliará a forma como as condições macroeconômicas em evolução, principalmente as perspectivas de estabilidade de preços, podem influenciar a política monetária e vai calibrar seus instrumentos conforme essa análise", disse Praet.
Ele lembrou que as últimas projeções macroeconômicas do BCE apontam para um consumo privado robusto e uma recuperação contínua dos investimentos no curto prazo. A previsão é de que o crescimento real do PIB permaneça bem acima do crescimento potencial, ficando em média entre 1,7% e 2,2% em 2017, 2018 e 2019.
"Os riscos para as perspectivas de crescimento são amplamente equilibrados: no lado positivo, o momento cíclico atual pode resultar em expansão mais forte que a previsão, enquanto os riscos negativos estão relacionados com fatores globais e com a evolução da taxa de câmbio", disse o economista.
(Agência Estado).