Jornal Estado de Minas

Reservas naturais alemãs têm declínio dramático de insetos

Pesquisadores na Alemanha documentaram um declínio acentuado de insetos voadores em dezenas de reservas naturais nas últimas três décadas, e os pesticidas agrícolas podem ser os culpados, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (18).

Enquanto está bem documentado que as borboletas e as abelhas estão desaparecendo na Europa e na América do Norte, o novo estudo, publicado na revista científica PLOS ONE, é o primeiro a documentar que os insetos voadores em geral diminuíram em mais de três quartos em toda a Alemanha desde 1989.

Os pesquisadores estão preocupados porque os insetos são polinizadores importantes e também uma parte fundamental da cadeia alimentar, servindo de alimento para aves e outras criaturas pequenas.

"O fato de que os insetos voadores estão diminuindo a uma taxa tão alta em uma área tão grande é uma descoberta ainda mais alarmante", disse o autor principal do estudo Hans de Kroon, pesquisador da Universidade Radboud.

Para o estudo, os pesquisadores usaram armadilhas colantes para coletar insetos em 63 reservas naturais, depois mediram a biomassa, documentando mudanças ao longo do tempo.

Eles encontraram um declínio médio de 76% ao longo dos últimos 27 anos, com uma piora dos efeitos no verão (82%).

"Todas estas áreas são protegidas e a maioria delas são reservas naturais administradas. No entanto, esse declínio dramático ocorreu", disse o coautor do estudo Caspar Hallmann, da Universidade Radboud.

Embora o estudo não tenha apontado um motivo para a queda, os pesquisadores disseram que muitas reservas naturais estão cercadas por campos agrícolas e que os pesticidas podem ser os responsáveis.

"Como ecossistemas inteiros são dependentes de insetos como alimentos e polinizadores, isso coloca o declínio de aves e mamíferos que se alimentam de insetos em um novo contexto", disse De Kroon.

"Precisamos fazer menos das coisas que sabemos que têm um impacto negativo, como o uso de pesticidas", acrescentou.

"Nós também temos que trabalhar arduamente para estender nossas reservas naturais e diminuir a proporção de reservas que fazem fronteira com áreas agrícolas".

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