A Subaru anunciou, nesta sexta-feira (27), que permitiu que equipes não certificadas fizessem inspeções em alguns veículos por mais de três décadas, entrando para o grupo de empresas japonesas abaladas por um escândalo de qualidade.
A companhia disse que está considerando fazer o recall de mais de 250 mil veículos, com custo de 44 milhões de dólares, após uma investigação interna revelar a prática antiga.
A atuação parece similar à crise de inspeções na concorrente Nissan.
O reconhecimento constrangedor afetou a indústria automobilística japonesa, outrora conhecida mundialmente por sua fabricação "just-in-time" e seu foco quase obsessivo pelo aprimoramento constante.
A prática na Subaru veio à tona após discussões entre a fabricante e o Ministério do Transporte sobre práticas de inspeção, admitiu nesta sexta, afirmando que veículos vendidos no exterior não foram afetados.
O governo pediu para os fabricantes do Japão conferirem seu sistema de inspeções, após a Nissan fazer o recall de cerca de 1,2 milhão de carros e suspender a produção local, ao admitir que equipes não certificadas faziam a inspeção final em alguns veículos antes de serem enviados para as concessionárias.
A Subaru insistiu que sua equipe de inspeções estava em treinamento e era qualificada para o trabalho - embora ainda não tivesse sido certificada.
Não está claro se a manipulação da montadora - que segue concorrentes maiores, como Toyota, Nissan e Honda, vendendo cerca de 1 milhão de veículos ao ano - criou riscos à segurança.
"Preocupar nossos consumidores acerca de sua segurança e sua paz de espírito é algo que não devemos fazer", disse o presidente da Subaru, Yasuyuki Yoshinaga, se curvando para pedir desculpas - gesto de remorso comum entre executivos japoneses.