O presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges, denunciou como "política", neste domingo (5), a decisão do Tribunal Supremo de Justiça de processar o deputado Freddy Guevara e disse que o órgão busca continuar enfraquecendo o Poder Legislativo, de maioria opositora.
"É uma medida política e arbitrária contra o deputado Freddy Guevara, vice-presidente da Assembleia Nacional", afirmou Borges em entrevista coletiva, destacando que a Casa tem o apoio de uma sociedade que votou em peso na oposição, em 2015.
Guevara, de 31 anos, foi no sábado à residência do embaixador chileno em Caracas em busca de abrigo, ao considerar sua detenção iminente, depois que o TSJ determinou à Justiça comum processá-lo por crimes, cujas penas chegam a até dez anos.
A corte notificou sua decisão à Assembleia Constituinte para suspender a imunidade de Guevara.
O Parlamento considera a medida ilegal, já que, segundo a Constituição, o foro parlamentar pode ser retirado apenas pelo próprio Legislativo. Este, por sua vez, não reconhece a Constituinte de Nicolás Maduro.
O governo acusa Guevara de estimular a violência nos protestos que exigiam a renúncia do presidente Maduro. Entre abril e julho passado, foram pelo menos 125 mortos em episódios violentos relacionados aos protestos.
"Há um alarme que se toma como extremamente grave: a arbitrariedade que significa ir contra o vice-presidente da Assembleia", completou Borges.
Guevara permanecia na sede diplomática chilena em Caracas, neste domingo, na qualidade de "hóspede".
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