Cientistas que investigam o lugar onde se encontra o suposto túmulo de Jesus comprovaram que os materiais de construção utilizados são do século IV, confirmando assim crenças antigas de que os romanos construíram o monumento três séculos depois de sua morte, afirmou nesta terça-feira (28) um especialista que participou do estudo.
O estudo não oferece nenhuma evidência de se Jesus está ou não enterrado nesse local de Jerusalém, mas ratifica a crença histórica de que os romanos construíram o monumento 300 anos após sua morte.
É a primeira vez que se realiza esse tipo de estudo no local, que fica onde hoje é a Basílica do Santo Sepulcro, no interior de um santuário construído depois.
A análise dos componentes da argamassa do local foi feita no âmbito de novos trabalhos de restauração do monumento, e por isso o lugar onde se acredita que Jesus foi enterrado foi aberto pela primeira vez em muitos séculos.
Antonia Moropoulou, coordenadora e chefe científica dos trabalhos de restauração, disse que os resultados da análise condizem com a crença histórica de que os romanos construíram o monumento no suposto túmulo de Jesus na era de Constantino, O Grande, por volta do ano 326.
"É uma descoberta muito importante porque confirma que foi Constantino, O Grande, como afirmam as evidências históricas, o responsável por ter coberto o leito de rocha do túmulo de Cristo com as lousas de mármore do santuário", afirmou Moropoulou, especialista em preservação da Universidade Técnica Nacional de Atenas.
A datação da argamassa mostra a continuidade histórica do lugar, desde a era bizantina, passando pelas Cruzadas e pelo período de antes e depois do Renascimento.
Segundo as crenças tradicionais, Constantino construiu o monumento para Jesus no local onde se acreditava que ele foi enterrado, no início da transição do Império romano para o Cristianismo, no século IV de nossa era. Outros monumentos foram construídos depois sobre o lugar.