Mais de 9.000 pessoas assinaram nesta terça-feira (5) uma petição para que o "Met" de Nova York retire ou contextualize uma tela de Balthus na qual uma jovem aparece em uma posição "sugestiva".
Os críticos do trabalho do pintor franco-polonês consideraram a imagem inapropriada, considerando os efeitos do escândalo de Harvey Weinstein, denunciado por várias mulheres por assédio sexual, abrindo um debate no país sobre a conduta sexual em personalidades proeminentes.
Na obra "Teresa sonhando", pintada em 1938 por Balthasar Klossowski de Rola - mais conhecido como Balthus -, uma jovem aparece sentada com uma perna apoiada em uma cadeira, fazendo seu vestido se levantar acima dos quadris, revelando sua roupa íntima.
A autora da petição, Mia Merrill, considerou "perturbador" que o Museu Metropolitano de Arte, uma referência mundial em sua área, exibisse o quadro
"Em vista do clima recente sobre abuso sexual e as acusações que se tornam públicas a cada dia, ao exibir este trabalho às massas sem prover nenhum tipo de esclarecimento, o Met está, talvez sem intenção, apoiando o voyerismo e a objetificação das crianças", destacou Merrill em uma carta.
Procurada pela AFP, Merrill não esteve disponível para fazer comentários.
Uma fonte próxima ao Met informou à AFP que a instituição não pretende retirar a tela, nem modificar o letreiro ao lado da mesma.
"Momentos como este oferecem a oportunidade para uma conversa", indicou o museu em um comunicado obtido pela AFP.
"A arte visual é um dos meios mais importantes que temos para refletir ao mesmo tempo sobre o passado e o presente, e motivar a constante evolução da cultura atual através de uma discussão informada e o respeito à expressão criativa", acrescentou.
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