Um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro - Rogério 157 - foi detido nesta quarta-feira (5) na Zona Norte da cidade, o maior golpe ao crime organizado desde a chegada de milhares de militares no fim de julho para enfrentar a onda de violência.
"O traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, foi preso na comunidade do Arará, na Zona Norte, durante uma operação integrada das forças de segurança (...) com apoio das Forças Armadas", informou a Secretaria de Segurança do estado do Rio (Seseg) em sua conta no Twitter.
Cerca de 3.000 efetivos participaram da operação, durante a qual os militares cercaram as comunidades da Mangueira, do Tuiuti, Arará e Mandela, enquanto a Polícia entravas nas ruelas dessas localidades, segundo informações oficiais.
Rogério 157, de 35 anos (completará 36 em 24 de dezembro), é o chefe do tráfico de drogas da Rocinha, e a recompensa por pistas que levassem até ele era de 50 mil reais.
A Rocinha comunidade foi palco em setembro de confrontos provocados por uma suposta guerra entre a facção de Rogério 157 e a de seu antecessor, Antônio Francisco Bonfim, o "Nem", preso desde 2011.
- Policiais tiram 'selfies' com o preso -
"Quero parabenizar os policiais por uma prisão muito importante para nossa sociedade", declarou o secretário de Segurança, Roberto Sá.
A imprensa local publicou 'selfies' de agentes sorridentes, ostentando suas armas, ao redor do detido sentado.
Sua ficha detalha que é acusado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, extorsão e homicídio, e membro da facção "Amigo dos Amigos" (ADA), embora relatos recentes informem que ele teria aderido ao "Comando Vermelho", a maior facção do Rio.
Em 2010 foi preso após a tomada de 35 reféns no Hotel Intercontinental, em São Conrado, próximo à Rocinha, mas foi libertado em 2012 por uma ordem judicial.
O cerco contra Rogério 157 apertou nos últimos tempos. No mês passado foi detido o seu principal substituto, Alberto Ribeiro Sant'anna, o "Cachorrão".
O site do jornal O Globo mostrou fotos que, segundo a Polícia, seriam da casa de Rogério, uma luxuosa residência na comunidade, com jacuzzi e televisão de plasma.
Diante da crise de segurança do Rio, aprofundada depois dos Jogos Olímpicos de 2016, o governo mobilizou no fim de julho 8.500 militares para apoiar a Polícia em seu trabalho.
Há décadas, as autoridades tentam resolver os problemas das comunidades, onde vive cerca de um quarto dos 6,5 milhões de moradores do Rio de Janeiro, a grande maioria em condições de extrema pobreza.
A crise se viu agravada pelos problemas financeiros do estado, o segundo mais rico do Brasil graças ao seus recursos petroleiros e ao turismo, mas atingido pela queda dos preços do petróleo nos últimos anos e por um esvaziamento de seus recursos em obras cheias de corrupção.
O estado está à beira falência e os salários de milhares de funcionários, incluindo os policiais, são pagos com grande atraso.
Atualmente, dois dos três últimos governadores do Rio estão presos, assim como as autoridades máximas do Legislativo dos últimos anos.