Um tribunal do Cairo condenou a três anos de prisão, neste sábado (30), o ex-presidente islamita Mohamed Mursi e outras 19 pessoas, entre elas ex-deputados e dois jornalistas, por "ultraje à magistratura" - informou um advogado.
Segundo Abdelmoneim Abdel Maqsud, advogado do ex-presidente destituído e detido pelo Exército em julho de 2013, Mursi também foi condenado a pagar dois milhões de libras egípcias (cerca de 110.000 dólares) por danos e prejuízos, um milhão a um juiz que qualificou como "falsificação" e um milhão à associação de juízes.
Entre os outros 19 condenados estão os ex-deputados Mustafá al Najar, Mohamed al Omda, Hamdi al Fajrani e Mohamed Monib, assim como dois jornalistas, entre eles o editor-chefe do "Swat el Uma" (A Voz da Nação, em tradução livre), Abdel Halim Qandil.
A maioria dos condenados é dirigente da Irmandade Muçulmana e já tinha sido condenada a penas de prisão por outros processos.
No caso deste julgamento aberto em 2015, estavam sendo processados por "ultraje à magistratura", depois de declarações consideradas insultos nos meios de comunicação.
O advogado de Mursi assegurou que vai recorrer dessa decisão no Tribunal Supremo.
Desde que foi destituído pelo Exército, então dirigido por Abdel Fattah al-Sissi, depois eleito presidente, Mohamed Mursi foi condenado a um total de 45 anos de prisão por dois casos: incitação à violência contra os manifestantes no final de 2012 e espionagem a favor do Catar.
Além disso, é julgado em outros dois processos após a anulação de dois veredictos contra ele: uma sentença de morte e uma à prisão perpétua.