O presidente palestino, Mahmud Abbas, vai pedir que a União Europeia reconheça o Estado da Palestina, durante sua visita na segunda-feira a Bruxelas, afirmou neste domingo (21) à AFP o ministro palestino de Relações Exeriores, Riyad al-Malki.
Mahmud Abbas "espera que os ministros europeus de Relações Exteriores reconheçam coletivamente o Estado da Palestina", em resposta à decisão do presidente americano, Donald Trump, que em dezembro passado reconheceu Jerusalém como capital de Israel, declarou al-Malki.
"É realmente importante", insistiu.
O presidente da Autoridade Palestina se reunirá na segunda-feira, durante um café-da-manhã de trabalho, com a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, e 28 ministros de Relações Exteriores do bloco, à marfem de sua reunião mensal, como fez o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, em 11 de dezembro.
"Se os europeus querem desempenhar um papel, então devem ser justos em seu tratamento das duas partes e isto deveria começar com o reconhecimento do Estado da Palestina", defendeu o chefe da diplomacia palestina.
O chanceler ressaltou que o presidente palestino "se mantém comprometido" com o processo de paz no Oriente Médio, respondendo, assim, a temores de alguns países-membros, após a irritação demonstrada por Abbas em discurso recente em que declarou "o fim" dos acordos de paz de Oslo (1993).
"Ele dirá [aos europeus]: 'não vou me retirar do processo de paz. Continuarei comprometido, mas declaro que a exclusividade da administração americana de ser o único mediador do processo de paz terminou'", afirmou Malki.
Sua visita a Bruxelas coincide com uma viagem do vice-presidente americano, Mike Pence, ao Oriente Médio (Egito, Jordânia e Israel), marcada por tensão e boicotada por dirigentes palestinos devido à decisão do presidente Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
O estatuto da Cidade Santa é um dos obstáculos do processo de paz, paralisado desde 2014.
Em 1967, Israel ocupou e depois anexou a parte oriental da cidade, algo considerado ilegal pela ONU. Os palestinos, por sua vez, pretendem fazer de Jerusalém Oriental a capital do Estado ao qual aspiram.
Rompendo unilateralmente com décadas de diplomacia americana e com o consenso internacional, Trump realizou - na opinião dos israelenses - um ato "histórico", ao reconhecer em 6 de dezembro o vínculo milenar entre os judeus e a cidade de Jerusalém.
Para os palestinos, pelo contrário, manifestou abertamente sua posição pró-israelense e deslegitimou os Estados Unidos no papel de mediador de um processo de paz.