O secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro, anunciou nesta segunda-feira (22) que seu escritório tem a "firme intenção" de trabalhar com as autoridades eleitas de Honduras, apesar da polêmica sobre os resultados das eleições de 26 de novembro de 2017.
A instituição apontou em nota oficial que "manifesta a sua firme intenção de trabalhar no futuro com as autoridades eleitas de Honduras em seus três níveis".
O presidente Juan Orlando Hernández ganhou com uma estreita margem sobre o opositor de esquerda Salvador Nasralla, cujo partido denuncia que houve fraude na contagem dos votos.
A autoridade eleitoral demorou mais de três semanas para declarar o vencedor, em meio a uma onda de manifestações opositoras e distúrbios que não cessaram desde as eleições.
Organismos de direitos humanos asseguram que mais de 30 pessoas morreram pela repressão policial e militar, e mais de 800 foram presas.
Por conta das denúncias de fraude, o escritório de Almagro disse em dezembro que a OEA não podia dar certeza do resultado das eleições, e apontou que a única saída era convocar novas eleições.
O escritório de Almagro também assinalou nesta segunda que "para construir sociedades democráticas, inclusivas e com desenvolvimento, é necessária a coabitação de instituições, partidos políticos, setores sociais e cidadania".
O marco "apropriado" para gerar um ambiente que atenda estas condições é constituído pela norma do Sistema Interamericano e, especialmente, pela Carta Democrática Interamericana, destacou.
Hernández tem previsto tomar posse em 27 de janeiro em uma cerimônia simples.
A oposição prometeu manifestações a semana toda contra a posse.
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