O julgamento de um ex-enfermeiro e diácono na região belga de Flandes começou nesta segunda-feira (22) em um tribunal de Bruges. O réu é acusado de assassinar dezenas de pessoas a quem queria poupar do sofrimento.
Ivo Poppe, de 61 anos, apelidado pela mídia de "diácono da morte", poderia ser um dos piores assassinos em série da história da Bélgica.
Poppe foi preso em maio de 2014, depois que seu psiquiatra informou à Justiça de suas confidências, segundo as quais teria "praticado a eutanásia ativamente em dezenas de pessoas".
Após confissões parciais durante a investigação, o homem se retratou e negou os feitos, ou seja, "ao menos 10" assassinatos, entre eles o de sua mãe, de outros três parentes e de dois pacientes, segundo a acusação.
No entanto, a lista pode ser maior, principalmente porque Poppe trabalhou durante cerca de 30 anos em um hospital de Menen.
Primeiro o fez como enfermeiro, nos anos 1980 e 1990, antes de realizar visitas pastorais até 2011, após ser ordenado diácono.
No total a investigação analisou uma lista de ao menos 50 mortes suspeitas, estabelecida a partir de notas do acusado, que tinha uma relação dos mortos.
A maioria de suas supostas vítimas morreu por uma injeção de ar nas veias. Durante a investigação, assegurou que agia "por compaixão, para poupar sofrimento físico e psíquico" aos falecidos, a maior parte idosos.
A primeira morte imputada a Poppe ocorreu em 1978, e a última em 2011. Esta corresponde a de sua mãe, que morreu aos 89 anos, quando sofria de depressão. Seus médicos desmentem que ela tenha solicitado a eutanásia, como sustenta seu filho.
Na Bélgica, a eutanásia ativa está autorizada desde 2002 para os pacientes que sofrem de um mal incurável e que realizaram a solicitação de forma "voluntária, pensada e repetida".
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