Ganhador do Oscar em 2017, o ator americano Casey Affleck decidiu não apresentar o prêmio de melhor atriz na próxima edição como manda a tradição, informaram nesta quinta-feira seu agente e a Academia de Cinema dos Estados Unidos.
Ninguém infomou a razão, mas o anúncio acontece depois de que um velho caso de assédio sexual envolvendo o ator de 42 anos recebe atenção novamente.
"Apreciamos a decisão de manter o foco no show e no grande trabalho deste ano", disse um porta-voz da Academia à AFP.
Em 2010, Amanda White e Magdalena Gorka, produtora e diretora de fotografia da fracassada estreia de Affleck como diretor em "I'm Still Here", o processaram pelo o que qualificaram como assédio sexual reiterado.
Affleck, que sempre negou ter cometido qualquer ação inapropriada, contratou o advogado de celebridades Marty Singer, também conhecido como "cão de guarda" de Hollywood, para fechar um acordo monetário que nunca foi tornado público.
Cada uma das mulheres reivindica dois milhões de dólares.
Esses processos voltaram a ser notícia há mais ou menos um ano, quando Affleck concorria ao Oscar de melhor ator por seu aclamado papel em "Manchester à beira mar", prêmio com o qual se projetou.
Segundo a tradição, o vencedor do Oscar de melhor ator apresenta no ano seguinte o de melhor atriz e vice-versa e, neste contexto, estava previsto que Affleck anunciou o prêmio de melhor atriz na cerimônia que será celebrada em 4 de março.
Havia até agora muita especulação sobre a participação de Affleck no Oscar em meio à onda de escândalos sexuais que agita Hollywood desde outubro do ano passado.
Entre as acusações, que o ator nega, White disse que Affleck forçou um assistente de câmera a mostrar seu pênis em um voo, apesar de ela ter reclamado.
Gorka deixou projeto por um tratamento que descreveu no processo como sendo "o mais traumático de sua carreira", acusando Affleck e outros membros da equipe de falar abertamente sobre seu desejo de ter relações sexuais com ela.
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