As sufragistas desempenharam um papel determinante para que as mulheres britânicas conquistassem, há 100 anos, o direito ao voto, em uma época na qual as suas colegas de outros países tinham poucos direitos e nenhum papel no cenário político.
- 'As sufragistas' -
As "sufragistas" foi um nome pejorativo atribuído em 1906 pelo jornal Daily Mail para fazer referência à União Social e Política de Mulheres, uma organização criada em 1903 por Emmeline Pankhurst em Manchester, norte do Reino Unido.
As organizações que desde 1870 reivindicavam o direito passam a ser conhecidas com este nome.
- 'Ações e não palavras' -
As sufragistas, que adotam o nome, se consideram guerreiras guiadas pelo lema "Ações e não palavras", em oposição a outros grupos mais pacíficos que atuavam como grupos de pressão.
- Métodos -
As sufragistas quebram vitrines, colocam bombas e executam atos de sabotagem na linha de energia elétrica.
O radicalismo de suas ações provocou uma forte comoção no Reino Unido, pouco acostumado a tais métodos.
A ação mais espetacular foi o atentado com bomba contra a residência do primeiro-ministro David Lloyd George em 1913.
No mesmo ano, Emily Davidson foi a primeira ativista a morrer como "mártir" depois de se jogar na frente de um cavalo que disputava o Derby de Epsom.
Muitas militantes foram presas e iniciaram greves de fome, quando foram alimentadas à força.
- As militantes -
Pankhurst e outras líderes foram acusadas de integrar uma elite de classe média e alta, mas conseguiram mobilizar a classe operária, especialmente as trabalhadoras das fábricas têxteis do norte do país e do bairro de East End en Londres.
Não existe uma estatística exata das militantes, mas a organização não contava com o apoio da opinião pública.
Muitas ativistas eram criticadas por mulheres que acreditavam que estavam traindo seu papel de esposas e mães.
- Legado -
No início da I Guerra Mundial, Emmeline Pankhurst pediu a suas partidárias que suspendessem as ações para apoiar os esforços do país.
As mulheres conquistaram o direito ao voto em 6 de fevereiro de 1918, mas apenas 10 anos depois, quando Emmeline Pankhurst já estava morta, receberam os mesmos direitos de voto dos homens.
As sufragistas inspiraram feministas em outros países, especialmente na França, onde participaram na conquista do direito ao voto para as mulheres em 1944.
A casa de Manchester na qual Emmeline Pankhurst criou o movimento foi transformada em museu.
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