Jornal Estado de Minas

Detido chefe do cartel mexicano Los Zetas procurado pelos EUA

Um líder sanguinário cartel mexicano Los Zetas, por quem a Justiça oferecia uma recompensa de 5 milhões de dólares, foi capturado no centro da Cidade do México, informou o governo nesta sexta-feira (9).

José María Guizar Valencia, aliás "Z43", foi detido na quinta-feira, "sem fazer uso da força", em uma operação encabeçada pela Marinha do México no exclusivo bairro Roma, informou em mensagem à imprensa o titular da Comissão Nacional de Segurança (CNS), Renato Sales.

O detido tem várias ordens de prisão tanto no México quanto nos Estados Unidos por acusações de narcotráfico, tráfico de armas, crime organizado, homicídio e sequestro.

"Z43" tem dupla nacionalidade, mexicana e americana, e liderava uma célula no sudeste do México, acrescentou o funcionário.

É apontado, prosseguiu Sales, "como suposto responsável da entrada de droga da América do Sul para os Estados Unidos e um dos principais geradores de violência nos estados do sudeste do país".

Sales delineou a vasta ficha corrida do acusado. Em 1998, "foi identificado realizando atividades vinculadas ao tráfico de drogas em Michoacán, em 2001 estendeu-se ao estado de Tamaulipas e em 2003 estabeleceu seu centro de operações no município de Palenque, Chiapas, onde recrutou grupos criminosos locais".

Mais tarde, em 2005, incursionou no estado de Veracruz, com litoral no Golfo de México e "a partir de 2007 foi apontado como responsável pelas operações de transporte da droga proveniente da Colômbia, que entra no México por via terrestre pela Guatemala, além de ter estabelecido conexões com outros fornecedores no centro e na América do Sul".

Mas também mobilizou seu poder pelo estado de Puebla (centro) em 2013 e dois anos depois, o governo dos Estados Unidos pediu sua extradição.

Omar Treviño, aliás "Z-42", que foi líder máximo de Los Zetas e um dos chefões mais sanguinários do México, foi detido em 2015 em um subúrbio exclusivo da cidade de Monterrey (norte). Sales não comentou nada sobre a estrutura do cartel que fica após a captura do "Z43".

Los Zetas assassinaram 72 migrantes em agosto de 2010, a grande maioria deles procedentes da América Central, porque se recusaram a ser recrutados pelo cartel ou não puderam pagar por sua liberdade.

O México vive uma onda de violência ligada ao narcotráfico e que deixou mais de 200.000 mortos desde dezembro de 2006, quando o governo federal lançou uma polêmica operação militar antidrogas que, segundo seus críticos, só contribuiu para a multiplicação de assassinatos e ataques.

O país terminou 2017 com 25.339 assassinatos, a maior cifra desde que começou o registro em 1997, segundo números oficiais.

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