O belga Roland van Hauwermeiren, cujo nome surgiu no escândalo sexual da organização não governamental Oxfam, negou ter organizado orgias com prostitutas, enquanto trabalhava como diretor da ONG no Haiti, em carta publicada nesta quinta-feira (15) em um veículo de comunicação flamengo.
"Nunca entrei em um bordel, uma discoteca ou um bar neste país", afirmou o belga, de 68 anos, em carta de quatro páginas publicada na página na internet da emissora privada VTM Nieuws.
"Houve muitas tentativas de homens e mulheres de entrar na minha casa com qualquer tipo de desculpa para pedir dinheiro, exigir um emprego ou oferecer serviços sexuais. Mas jamais cedi a suas insinuações", declarou.
O ex-diretor da Oxfam no Chade e no Haiti admitiu, no entanto, em investigação interna realizada pela ONG britânica, que "manteve relações íntimas em três ocasiões em seu domicílio".
"Era uma mulher respeitável e madura, não uma vítima de um abalo, nem uma prostituta. E nunca lhe dei dinheiro", assegurou, embora tenha admitido sentir-se "profundamente envergonhado" disso.
Horas antes, em declarações ao jornal belga Het Nieuwsblad, assegurou que alguns dos fatos dos quais é criticado foram "exagerados".
O jornal encontrou o ex-funcionário da Oxfam em uma cidade do litoral belga.
"Muita gente, inclusive a imprensa internacional, ficará surpresa quando ouvir minha versão. Não que negue tudo. Não é o caso. Há coisas que descreveram corretamente. Mas meio muitas mentiras e exageros", disse Van Hauwermeiren ao jornal.
"O mais duro é que minha família não quer mais me ver", acrescentou.
O belga recebeu uma denúncia em 2004 por abuso sexual, quando estava em missão na Libéria para a organização britânica Merlin.
Após sair da Oxfam, Van Hauwermeiren foi contratado pela organização Ação contra a Fome em Bangladesh.
A Oxfam está em meio a um escândalo desde as revelações segundo as quais encarregados da organização teriam contratado prostitutas no Haiti depois do terremoto de 2010.