A proteção contra a deportação dos cerca de 700 mil imigrantes que chegaram aos Estados Unidos quando crianças continuará, anunciou o Departamento de Segurança Nacional nesta quarta-feira (7), dois dias depois da data fixada por Donald Trump para a extinção do programa Daca.
Tyler Houlton, porta-voz do departamento, assegurou que os cidadãos protegidos pelo programa podem renovar o programa por dois anos nos serviços americanos de imigração.
"Em cumprimento aos mandados judiciais, a USCIS aceita e resolve os pedidos de renovação do Daca à medida que são enviados", afirmou Houlton em comunicado.
"Este processo está de acordo com as antigas políticas de renovação do Daca".
Em setembro do ano passado, Trump ordenou acabar com o Daca em 5 de março, o que colocava sob ameaça o status de 690 mil pessoas registradas nos Estados Unidos sob o programa, também chamadas de "dreamers".
Mas um juiz federal decretou uma instrução a nível nacional na qual ordenava ao governo que continuasse oferecendo a proteção do Daca. Pelo fato de ser improvável que a apelação do Executivo não esteja resolvida passados alguns meses, o governo disse que os beneficiários do programa contra a deportação poderiam renová-lo, embora ninguém possa entrar para fazer parte do mesmo.
Trump, junto com uma maioria de democratas e republicanos do Congresso, se comprometeu repetidamente a aprovar uma legislação que oferecesse uma via para a cidadania para os beneficiários do Daca e, possivelmente, a outro milhão de pessoas que entraram ilegalmente no país quando eram crianças e cresceram nos Estados Unidos.
O presidente ofereceu um plano de cidadania eventual para 1,8 milhão desses "dreamers".
Mas várias propostas de lei sobre este problema não foram aprovadas no Congresso, com os democratas rejeitando as ideias de Trump de vincular o Daca com uma redução da imigração ilegal e com o financiamento para construir um muro na fronteira com o México.
O presidente assegurou nesta quarta-feira que ainda tem esperanças de aprovar uma legislação que substitua o Daca, durante um discurso à Coalizão Latina, um grupo de empresários conservadores.