O maior recife do hemisfério ocidental, que protege mangues e peixes coloridos únicos em seu gênero, será protegido pela primeira vez com uma apólice, sob um mecanismo financeiro inédito, informou nesta quinta-feira (8) no México a organização The Nature Conservancy.
"É um exemplo promissor: mostra que financiamentos criativos podem responder aos problemas iminentes que ameaçam os ecossistemas marinhos, no México e no mundo", disse em Cancún Mark Tercek, presidente do grupo ambientalista.
Com mais de 1.000 km, o recife Mesoamericano passa pelas costas caribenhas de Belize, Guatemala, Honduras e México, e uma de suas principais ameaças são os furacões.
Estas estruturas orgânicas "podem perder entre 20% e 60% depois de um furacão de categoria 4 ou 5", enquanto o seu desgaste anual por outras causas, como proliferação de algas, e pelas mudanças climáticas, é de 2% a 6%, segundo a The Nature Conservancy.
A apólice, cujos números não foram informados, permitirá um desembolso rápido de capitais em caso de furacão ou outro evento prejudicial para o recife, disse o grupo.
Também se espera que fortalecerá a resiliência econômica da região, estimulará a proteção do recife e promoverá a criação de um novo mercado evolutivo para o setor dos seguros, suscetível de ser aplicado em outras regiões e ecossistemas.
Doze milhões de turistas vistam o Caribe mexicano a cada ano, deixando 9 bilhões de dólares, mas estes rendimentos são ameaçados pelos furacões e tempestades, disse o governador de Quintana Roo na Cúpula do Oceano no Yucatán mexicano, organizada pela revista inglesa The Economist.