Um grupo de arqueólogos encontrou em uma zona urbana da costa norte do Peru restos humanos de até mais de 1.500 anos, entre os quais foram identificadas dez crianças que foram sacrificadas.
"Quando estávamos realizando trabalhos prévios para a instalação de água potável, encontramos na via pública até 77 enterros", alguns "de mais de 1.500 anos de antiguidade", disse à AFP o arqueólogo Víctor Campaña.
Por lei, quando se fazem escavações para obras públicas ou construções privadas no Peru, primeiro se deve verificar se há ou não restos arqueológicos.
O diretor do projeto explicou que as crianças cujos restos foram encontrados nas sepulturas tinham sido sacrificadas por membros da cultura pré-incaica Chimu.
Os chimus "ofertaram e sacrificaram crianças. Têm cortes e fraturas nas costelas, feitas possivelmente para extirpar seus corações", indicou Campaña ao explicar que no local da descoberta há um lugar de sacrifícios.
A Chimu foi uma cultura pré-incaica do antigo Peru que surgiu na costa norte entre os anos 1.100 e 1.500 da era cristã.
Além dos restos humanos, foram encontrados restos de 47 camelídeos, 130 vasos de cerâmica, estatuetas, anzóis, artefatos de metal e 49 conchas de spondylus.
Segundo Campaña, os enterros correspondem às culturas salinar (anos 400 a 200 a.C.), virú (150 a.C. a 500 d.C.) e chimu.
Também foram encontrados restos de vasos moche (600 a 700 anos d.C.).
"Há uma série de corredores e construções que nos fazem supor que houve uma ocupação constante aqui", explicou Campaña.
Os enterros foram encontrados ao longo de várias ruas do centro povoado Las Lomas do distrito costeiro de Huanchaco.