Um juiz do Peru proibiu o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski de deixar o país por 18 meses, enquanto é investigado por lavagem de dinheiro. Também neste sábado, promotores fizeram uma busca na residência de Kuczynski em Lima e em uma outra propriedade fora da capital. O ex-presidente não compareceu à audiência, mas seu advogado prometeu que seu cliente vai cooperar com as autoridades e não vai deixar o país.
Kuczynski renunciou ao cargo na última quarta-feira, enquanto sofria um processo de impeachment devido a laços com a Odebrecht. O engenheiro civil Martín Vizcarra tomou posse na sexta-feira como presidente do Peru, após fazer juramento em um Congresso dominado pela oposição.
Congressistas da oposição acusam o ex-presidente de não divulgar US$ 782 mil em pagamentos da Odebrecht à sua consultoria privada há mais de uma década, quando ele era ministro de governo. Kuczynski negou qualquer irregularidade. A Odebrecht já admitiu ter pago US$ 800 milhões em propinas a autoridades na América Latina, incluindo US$ 29 milhões no Peru.
"Desde o século 19, o Peru vem assistindo a um espetáculo deprimente de presidentes e ex-presidente fugindo do país e da justiça", disse o promotor Hamilton Castro, que fez o pedido para que Kuczynski fosse proibido de deixar o país. É esse o comportamento histórico que nós, que buscamos justiça, temos de levar em consideração."
Kuczynski é o quarto ex-presidente do Peru investigado por supostamente ter recebido pagamentos da Odebrecht. Um deles está preso e outro, Alejandro Toledo, de quem Kuczynski foi ministro de finanças, se recusa a voltar dos Estados Unidos para enfrentar as acusações.