Datas-chave do Egito desde a revolta que expulsou do poder Hosni Mubarak, em 2011.
- A revolução -
Em 25 de janeiro de 2011, começam as manifestações em massa contra Hosni Mubarak, no poder desde 1981. O protesto, dominado por palavras de ordem que pedem sua saída, se inspiram na revolta da Tunísia que provocou a renúncia do presidente Zine El Abidine Ben Ali.
Em 1º de fevereiro, mais de um milhão de manifestantes saem às ruas do país. Um mar de pessoas ocupa a praça Tahrir, no Cairo, epicentro das mobilizações.
Em 11 de fevereiro, Mubarak renuncia e entrega o poder ao Conselho Supremo das forças armadas. A repressão ao movimento deixa ao menos 850 mortos.
- Vitória islamita -
De novembro de 2011 a janeiro de 2012, por meio de eleições legislativas, os islamitas obtêm dois terços dos deputados, dos quais pouco mais de um terço destina-se à Irmandade Muçulmana. Em junho, o Parlamento é dissolvido por uma falha judicial.
Em 30 de junho de 2012, o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, se torna o primeiro presidente egípcio eleito democraticamente (51,73%). É o primeiro islamita e o primeiro civil a assumir o controle o país.
Em agosto, ele demite o marechal Husei Tantaui, ministro da Defesa, e o substitui pelo general Abdel Fatah Al Sisi, chefe da inteligência militar
- Mursi destituído, Al Sisi no poder -
Em 3 de julho de 2013, após grandes manifestações que exigiam a saída de Mursi, Al Sisi e o exército o demitem e o detêm. Mursi denuncia um golpe de Estado e incentiva seus simpatizantes a defenderem sua legitimidade.
Em 14 de agosto, as forças de segurança lançam um ataque contra duas praças no Cairo onde milhares de manifestantes pró-Mursi acampavam. Cerca de 700 deles são mortos, segundo dados oficiais.
Em 25 de dezembro de 2013, o governo declara oficialmente a Irmandade Muçulmana como "organização terrorista".
Em maio de 2014, Al Sisi é eleito presidente (96,9%). Em janeiro, uma nova Constituição que reforça os poderes do exército é aprovada. Ao final de 2015, um novo parlamento é eleito, dominado pelo lado de Al Sisi.
Al Sisi inicia uma forte repressão contra os simpatizantes de Mursi, centenas dos quais são executados e milhares, detidos. Também lança uma campanha contra a oposição liberal, que continua neutralizada.
- Atentados jihadistas -
O país é cenário de diversos atentados desde 2013, realizados principalmente pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que ataca as forças de segurança na península do Sinai (nordeste), principalmente.
Em 31 de outubro de 2015, os 224 passageiros de um Airbus A321 russo morrem após queda da aeronave no Sinai, ato reivindicado pelo EI.
Em 24 de novembro de 2017, um ataque não reivindicado contra uma mesquita no Sinai deixa mais de 300 mortos. Suspeita-se que o grupo EI estava por trás do atentado, o mais letal da história recente do Egito.
Em fevereiro de 2018, o exército lança uma vasta operação "antiterrorista" no Sinai, que segue em curso.
- Programa de ajuda -
EM 11 de novembro de 2016, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprova um empréstimo de 12 bilhões de dólares ao Egito, em dificuldades econômicas. Pouco tempo antes, o governo havia iniciado um ambicioso programa de reformas econômicas.
- Mubarak liberado -
Em 24 de março de 2017, Mubarak, absolvido em seu julgamento pelo assassinato de manifestantes durante a revolução de 2011, é colocado em liberdade. Sai do hospital militar no Cairo, onde passou a maior parte dos seis anos de sua detenção.
- Apoios a Al Sisi -
Em 3 de abril de 2017, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, homenageia Al Sisi durante visita a Washington, dizendo que o egípcio havia realizado "um trabalho fantástico".
No dia 23 do mesmo mês, Al Sisi visita a Arábia Saudita para selar a parceria entre os dois países.
Em outubro, Al Sisi recebe, em Paris, o apoio do presidente francês, Emmanuel Macron.
Dois meses depois, o presidente russo Vladimir Putin visitou o Cairo e confirmou um contrato para construir a primeira central nuclear egípcia.
- Um único oponente -
Em 23 de janeiro de 2018, o ex-chefe do Estado Maior Sami Anan é preso e excluído das presidenciais de março, dias depois de ter anunciado sua candidatura.
Outros potenciais adversários de Al Sisi também foram descartados ou dissuadidos de se apresentarem. Apenas outro candidato disputa a presidência: Musa Mostafa Musa, a quem a oposição acusa de ser um amigo do presidente.
Em 13 de fevereiro, 14 organizações de defesa dos Direitos Humanos julgaram que as eleições não eram "nem livres, nem justas".