Mohamed Touré, filho do primeiro presidente da Guiné, e sua esposa podem ser sentenciados a 20 anos de prisão nos Estados Unidos, se forem condenados por terem escravizado uma jovem guineense no Texas durante anos.
Mohamed Touré e Denise Cros-Touré compareceram perante um tribunal federal em Fort Worth, Texas (centro-sul dos EUA), para responder a uma denúncia de trabalho forçado, informou o departamento de Justiça.
Um advogado do casal negou categoricamente as acusações em um e-mail ao Washington Post.
Mohamed Touré é filho de Ahmed Sekou Touré, primeiro presidente da Guiné, que liderou o país de 1958 até sua morte em 1984.
O casal trouxe a vítima, que não teve a identidade revelada e que não falava inglês, de sua aldeia na Guiné para Southlake, Texas, para trabalhar para eles em janeiro de 2000.
"O passaporte guineense da vítima indica que ela tinha cinco anos de idade", segundo o departamento de Justiça.
"Ao longo dos anos, e até que a vítima escapou em agosto de 2016, os acusados forçaram-na a trabalhar em sua casa por várias horas por dia sem pagamento", de acordo com a mesma fonte.
A jovem tinha que "cozinhar, limpar, lavar roupa, trabalhar no jardim e pintar", além de cuidar dos cinco filhos do casal, e "eles negaram a ela o direito de ir à escola".
O casal é acusado de ter confiscado o passaporte da vítima, tê-la isolado de sua família e ter "abusado dela emocional e fisicamente". A jovem mulher conseguiu fugir em 2016 graças à ajuda de alguns vizinhos.