A Procuradoria Geral da República denunciou nesta segunda-feira por corrupção o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a senadora Gleisi Hoffmann, os ex-ministros Antônio Palocci e Paulo Bernardo, e o empresário Marcelo Odebrecht.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT) também foi denunciada por lavagem de dinheiro.
As denúncias foram encaminhadas ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pede a condenação de Lula, Palocci, Paulo Bernardo e Gleisi por corrupção passiva, e de Marcelo Odebrecht, por corrupção ativa.
De acordo com a PGR, a Odebrecht colocou à disposição do Partido dos Trabalhadores em 2010 o total de 64 milhões de reais em troca de decisões do governo Lula que favorecessem a empresa.
Entre as decisões, segundo a PGR, está o aumento de um empréstimo concedido a Angola pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de 1 bilhão de reais, cuja autorização teria sido firmada pelo então ministro Paulo Bernardo.
A PGR afirma ainda que na campanha ao governo do Paraná em 2014 Gleisi Hoffmann recebeu ao menos 3 milhões da Odebrecht de caixa dois, e lavou dinheiro ao declarar à Justiça Eleitoral despesa fictícia de 1,8 milhão de reais do valor obtido.
Dodge destaca que a denúncia é baseada em depoimentos de delatores, documentos apreendidos, escutas telefônicas e batidas policiais.
O PT qualificou as acusações a Gleisi Hoffmann, que preside o partido, de "falsas" e "incongruentes", e afirmou que a denúncia não é baseada em provas.
A defesa de Marcelo Odebrecht, que fechou acordo de delação premiada, disse que o empresário está à disposição da Justiça para ajudar "no que for necessário".