O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, instalou nesta terça-feira a Comissão da Verdade, como parte do acordo de paz assinado com a ex-guerrilha das FARC para esclarecer o que aconteceu em mais de meio século de conflito armado.
"Esta comissão vai ajudar neste processo de construção da paz, ajudar a curar as feridas acumuladas ao longo de mais de 50 anos de conflito", declarou o presidente na Casa Nariño.
"A verdade de 53 anos de conflito armado nunca será conhecida em sua totalidade, é impossível", mas a comissão tentará esclarecer "todas as mentiras que produziram 53 anos de guerra", acrescentou.
A comissão terá 11 membros (seis homens e cinco mulheres), que foram eleitos por representantes das Nações Unidas, da Corte Europeia de Direitos Humanos, da Justiça colombiana e de universidades públicas do país.
Entre eles estão sociólogos, jornalistas, médicos, economistas, padres e advogados.
O organismo será presidido pelo padre jesuíta Francisco de Roux, reconhecido na Colômbia por seu trabalho em defesa dos direitos humanos.
A tarefa será a de "esclarecer" e "reconhecer as vítimas de todos os lados, dignificar as vítimas como cidadãos e reconhecer responsabilidades coletivas, institucionais e da sociedade como um todo por ações e omissões", disse Roux.
O governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) acordaram este mecanismo como parte de seu compromisso com a verdade, justiça e reparação às vítimas consagrados no acordo de paz assinado no final de 2016 que desarmou e transformou em um partido político a guerrilha.
Sem competência para julgar, a Comissão da Verdade durará três anos e entrará em vigor em novembro.