Jornal Estado de Minas

Israel lança 70 mísseis contra posições iranianas na Síria


O exército israelense utilizou 28 aviões e disparou 70 mísseis contra as infraestruturas iranianas na Síria, afirmou o ministério da Defesa da Rússia, segundo o qual metade do projéteis foram destruídos pelo sistema de defesa antiaéreo sírio.

 

"Vinte e oito aviões israelenses F-15 e F-16 participaram nos bombardeios e dispararam 60 mísseis do tipo ar-terra contra várias regiões sírias", afirmou o ministério em um comunicado. "Além disso, mais 10 mísseis táticos do tipo terra-terra foram disparados a partir de Israel", completa o comunicado.

 

Os ataques, "com o pretexto de 'responder' a disparos contra as posições israelenses em Golã", aconteceram entre 1H45 e 3H45 locais, de acordo com o ministério da Defesa da Rússia. "Foram atingidas posições das forças iranianas e posições ligadas ao sistema de defesa antiaérea síria na área de Damasco e no sul da Síria", afirmou o ministério.

 

"Os danos sofridos pelas forças iranianas e as infraestruturas militares e civis sírias estão sendo avaliados", completa o comunicado.


A operação, uma das mais importantes do Exército israelense nos últimos anos e a de maior envergadura contra objetivos iranianos, visou a origem dos foguetes lançados (contra Golã) e instalações dos serviços de inteligência, logística e armazenamento", revelou o porta-voz militar Jonathan Conricus.


O oficial salientou que Israel não busca uma "escalada" militar com o Irã.


No Twitter, outro porta-voz do Exército hebreu, Avichae Adrae, informou que Israel realizou "uma operação contra objetivos iranianos na Síria" e que "qualquer envolvimento por parte da Síria para responder a esta ação" seria "perigosamente reprimido".


Segundo a agência oficial de notícias Sana, "dezenas de mísseis foram derrubados no céu sírio pelos sistemas de defesa antiaérea", mas alguns atingiram bases militares e um depósito de armas.


De acordo com a Sana, o ataque também visou unidades de defensa antiaérea e destruiu um radar.


Uma fonte das forças aliadas de Damasco disse à AFP que os mísseis israelenses atingiram "um regimento da Força Aérea próximo à cidade de Doumeir (50 km a nordeste da capital) e a Brigada 38, na região de Deraa".


A mesma fonte revelou que "os sistemas de defesa antiaérea conseguiram abater os mísseis disparados contra o Aeroporto de Damasco".


O correspondente da AFP constatou fortes explosões ao amanhecer desta quinta-feira na região de Damasco.


A TV estatal síria mostrou imagens "ao vivo" de disparos iluminando o céu de Damasco e de vários mísseis destruídos pelos sistemas antiaéreos.


A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou à AFP que os mísseis israelenses atingiram bases "do Hezbollah libanês a sudoeste da cidade de Homs e em Maadamiyat al-Cham, a oeste de Damasco, onde há combatentes iranianos, do Hezbollah e da 4ª Brigada" do Exército sírio.


O ataque israelense ocorreu após forças iranianas na Síria lançarem, na madrugada de quinta-feira, cerca de vinte projéteis e foguetes contra posições do Exército hebreu nas colinas de Golã.


Segundo um oficial israelense, o ataque iraniano aconteceu logo após a meia-noite (18H00 Brasília) a partir de posições na Síria das Brigadas Al-Qods contra as linhas do Exército hebreu em Golã.


Em resposta, "mísseis israelenses visaram posições do regime e de seus aliados perto da cidade de Baas, no setor de Kuneitra", na parte não ocupada por Israel em Golã, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.


"Aviões israelenses vasculharam paralelamente o espaço aéreo de Golã ocupada", acrescentou o OSDH.


Na noite de terça, bombardeios atribuídos a Israel apontaram contra um depósito de armas dos Guardiães da Revolução, o Exército de elite iraniano, no setor de Kiswé, ao sul de Damasco, segundo o OSDH.


O bombardeio noturno perto de Damasco matou 15 combatentes pró-regime estrangeiros, 8 dos quais iranianos, segundo a mesma fonte.


Os fatos ocorreram em um contexto de alta tensão entre Israel e Irã em torno do conflito na Síria, após várias operações atribuídas ao exército israelense contra interesses iranianos na Síria.

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