Após se retirar do acordo nuclear com o Irã, os Estados Unidos planejam construir uma "coalizão" internacional contra o regime de Teerã e suas "atividades desestabilizadoras", declarou nesta quinta-feira o departamento americano de Estado.
Esta ideia será detalhada na próxima segunda-feira, pelo chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, em seu primeiro grande discurso sobre política externa - consagrado ao Irã e a "como avançar" - desde que tomou posse, no final de abril.
"Os Estados Unidos vão trabalhar para construir uma coalizão", explicou a porta-voz do departamento de Estado Heather Nauert em entrevista coletiva em Washington.
"Vamos reunir vários países, em todo o mundo, com o objetivo preciso de observar o regime iraniano através de um prisma mais realista, e não apenas através do prisma do acordo nuclear, mas sim através de todas as suas atividades desestabilizadoras, que não são apenas uma ameaça para a região, mas para todo o mundo".
"Não será uma coalizão contra o Irã. Fazemos uma distinção clara entre a população iraniana e o regime iraniano. Trata-se do regime iraniano e suas más ações".
Heather Nauert não precisou se a futura coalizão contra o Irã terá um componente militar.
A porta-voz assinalou que o departamento de Estado recebeu na segunda-feira cerca de 200 embaixadores estrangeiros para explicar a decisão de Donald Trump de abandonar o acordo nuclear de 2015 firmado com o Irã e analisar os próximos passos.
Perguntada sobre a disposição dos europeus de participar desta nova coalizão após sua decepção com a política de Washington, a porta-voz afirmou que muitos parceiros dos Estados Unidos "compreendem totalmente" as preocupações americanas e "não fecham os olhos" diante da atitude iraniana.