Ao menos dez pessoas morreram e dez ficaram feridas quando um estudante abriu fogo contra seus colegas de classe em uma escola de Ensino Médio no Texas, nesta sexta-feira (18), anunciaram as autoridades, enquanto o presidente Donald Trump considerou o ocorrido como "absolutamente terrível".
O incidente aconteceu no centro educacional Santa Fe High School, na localidade de mesmo nome, a cerca de 50 quilômetros a sudeste de Houston, no condado de Galveston.
"É com enorme pesar que posso confirmar que até agora dez vidas foram perdidas e outras dez (pessoas) ficaram feridas", disse o governador do estado do Texas, Greg Abbott, em coletiva de imprensa.
"Há vários mortos", disse mais cedo o xerife do condado de Harris, Ed González, em uma entrevista coletiva.
"Podem ser entre oito e 10, a maioria é estudante", acrescentou, responsabilizando um aluno da própria instituição pelo massacre.
O chefe de Polícia do distrito escolar de Santa Fé, Walter Braun, declarou que pelo menos seis pessoas estão hospitalizadas, incluindo um policial.
Encarregados do hospital informaram que uma vítima se encontra em estado crítico.
O adolescente suspeito está sob custódia e ainda não foi identificado. A mídia relata que ele tem 17 anos. Uma segunda pessoa foi interrogada, disse González à imprensa.
Segundo o governador Abbott, o estudante realizou o ataque com uma escopeta e um revólver calibre .38 de seu pai.
"Não tenho a informação neste momento de se o pai sabia ou não que seu filho tinha pego essas armas", disse Abbott na coletiva de imprensa, acrescentando que acredita-se que o pai possuía ambas as armas legalmente.
Abbott também disse que o suspeito colocou vários tipos de explosivos em uma casa e um veículo, incluindo um coquetel molotov.
"Foram localizados possíveis artefatos explosivos na escola e fora do campus", informou em um tuíte o distrito escolar da localidade de Santa Fé.
- Trump consternado -
Trump, que mais cedo havia enviado condolências no Twitter após assinalar que a situação na escola do Texas "não parecia boa", expressou sua profunda consternação durante um ato na Casa Branca.
"Isso tem acontecido por tempo demais em nosso país", declarou. "Estamos com vocês nessa hora trágica", acrescentou.
Este é o ataque a tiros mais recente, um tipo de ação que se tornou comum nas escolas americanas, com incidentes envolvendo armas de fogo quase todos os dias.
No início deste ano, 17 pessoas morreram em um ataque a tiros em uma escola de Ensino Médio da Flórida, um massacre que levou os sobreviventes a lançar uma campanha contra a violência armada.
"Estamos lutando por vocês", tuitou David Hogg, um estudante da escola Marjory Douglas Stoneman que emergiu como líder da campanha de controle de armas.
"Não podemos deixar que isso continue a ser comum", tuitou Delaney Tarr, outro estudante de Stoneman Douglas. "Não podemos".
Trump, que anteriormente recusou medidas de controle do porte de armas e se pronunciou a favor de armar os professores, disse nesta sexta-feira que seu governo irá fazer todo o possível para evitar esses incidentes.
"A minha administração está decidida a fazer tudo que estiver ao nosso alcance para proteger nossos estudantes, proteger nossas escolas e manter as armas fora das mãos daqueles que representam uma ameaça para eles mesmos e para outros", declarou Trump.
- Muitos disparos -
O ataque a tiros começou antes das 08h00 (10h00 de Brasília), quando o dia letivo se iniciava.
"Alguém entrou com uma arma e começou a disparar, e esta menina ficou ferida na perna", declarou uma testemunha identificada com o nome Nikki ao canal local KTRK.
Nikki contou que os estudantes fugiram em pânico. Vários disseram aos meios de comunicação locais que ouviram muitos disparos.
O distrito escolar, que rapidamente organizou o isolamento do local, evacuou os estudantes do campus. Imagens de televisão mostravam que eles saíam em fila indiana.
Alguns estudantes foram levados a uma loja de automóveis próxima, onde os pais estavam buscando seus filhos, segundo a emissora afiliada da CBS, KHOU TV.
Nenhuma outra escola do distrito foi atingida, de acordo com as autoridades.
Richard Allen, pai de um estudante, disse à KTRK que chegou à escola pouco depois do ataque a tiros e que viu várias vítimas sendo levadas em ambulâncias.
"Meu filho disse que alguém entrou na sala de artes e começou a atirar em muitos dos alunos", contou Allen.
A estudante Paige Curry declarou à imprensa local que ouviu os disparos e depois o alarme de incêndio, após o qual os professores evacuaram os estudantes para uma estação de serviço próxima.
"Vi uma menina (...) que foi atingida na rótula, acho. Fizeram um curativo. Ela estava mancando e depois os bombeiros chegaram e a levaram", disse outro estudante, de nome Tyler, à CBS.
Um grande contingente de policiais e agentes do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos foi ao campus da escola.