Khuzaa, Faixa de Gaza, 02 - Khuzaa, Faixa de Gaza, 02/06/2018 Milhares de palestinos, incluindo centenas de trabalhadores médicos em uniformes brancos, participaram neste sábado da procissão de funeral de uma colega que foi morta a tiros por tropas israelenses no dia anterior ao longo da fronteira do território de Israel com a Faixa de Gaza.
Parentes afirmam que a paramédica voluntária de 21 anos, Razan Najjar, havia ajudado a tratar feridos durante as semanas de violência na região. Ela é apenas a segunda mulher a ser morta em meio a mais de 115 mortes desde o início de protestos no final de março.
Ao final do funeral, dezenas caminharam até a cerca que marca a fronteira e começaram a jogar pedras em direção a soldados israelenses do outro lado. Conforme o Ministério da Saúde palestino, cinco manifestantes foram feridos por fogo israelense.
Mais tarde no sábado, num ato que ameaça o colapso de um cessar-fogo informal, militares israelenses disseram que dois projéteis foram disparados a partir de Gaza. Um deles foi interceptado pelo sistema de defesa e outro aterrissou ainda dentro de Gaza. No início da semana, militantes de Gaza atiraram contra o lado israelense e houve resposta.
Enquanto isso, na Cisjordânia, militares israelenses afirmam que suas tropas atiraram e mataram um palestino que tentou atropelar soldados usando um trator.
Na sexta-feira, os protestos palestinos chegaram à décima semana consecutiva. Quarenta palestinos foram feridos e apenas Najjar foi morta, após ter recebido um tiro no peito.
O corpo de Najjar foi envolvido em uma bandeira palestina durante a procissão do funeral, que começou no hospital e passou perto de sua casa. Ela era a mais velha de seis irmãos.
"Que culpa têm minha filha?", questionou a mãe, Sabreen, vestida de preto e sentada num colchão na sua sala de estar. "Ela vai deixar um grande vazio em casa". Fonte: Associated Press.