Jornal Estado de Minas

Reino Unido recorda ataque à London Bridge um ano depois

O Reino Unido fez um minuto de silêncio neste domingo, depois de uma cerimônia no centro de sua capital, um ano após o ataque terrorista na ponte de Londres que matou oito pessoas e feriu outras dezenas.

Flores foram colocadas, velas acesas e uma cerimônia religiosa foi realizada na Catedral de Southwark - o local onde três homens em uma van atropelaram uma multidão, antes de fazer um ataque com faca no Borough Market.

"Os violentos ataques de um ano atrás contra londrinos e visitantes da cidade chocaram as pessoas em todos os lugares", disse Andrew Nunn, reitor da catedral, assistido por familiares dos mortos, sobreviventes do ataque e da primeira-ministra Theresa May.

"Ao nos reunirmos hoje, vamos agradecer pela recuperação e cura que recebemos em mentes e corpos; pela construção de relacionamentos e comunidades; e pelo fortalecimento da amizade e do apoio".

A London Bridge foi fechada antes da cerimônia, cercada por barreiras de controle de multidões e veículos da polícia, e ficou repleta de forças de segurança pública e privada.

Antes da cerimônia, um ato improvisado foi feito na estrutura pelo Conselho Fatwa de Londres, organização sem fins lucrativos, com seus membros carregando cartazes que diziam "Um ano depois, Londres mais unida do que nunca" e que emolduravam fotos dos mortos.

"Não deixe que aqueles que sequestram a fé triunfem", disse o líder Imam Yazdani a uma pequena multidão. "Que a paz e a prosperidade cheguem aos corações e mentes de todos ao nosso redor".

Bandeiras representando as cinco nacionalidades das oito vítimas foram hasteadas para a cerimônia da catedral, onde o prefeito de Londres, Sadiq Khan, fez uma das leituras.

A igreja ainda tem marcas do ataque - com as portas amassadas pela polícia, que a invadiram durante a perseguição aos agressores.

Durante a cerimônia foram dados conselhos de apoio psicológico destinado àqueles ainda traumatizados, um lembrete de que algumas das marcas mais profundas daquela noite permanecem invisíveis.

"Deixe-me ser honesto, estava com medo de me aproximar deste dia", disse Nunn quando a cerimônia foi aberta. "Se você precisar falar com alguém esta tarde, as equipes de apoio estão aqui na catedral para ajudá-lo", acrescentou.

Uma escultura de pedra de PC Wayne Marques, policial que enfrentou os três agressores sozinho com um cassetete e foi esfaqueado na cabeça, também foi benzida e será instalada na catedral mais tarde.

Na sexta-feira, Marques revelou que estava planejando voltar ao trabalho no mês que vem, após um ano de reabilitação.

"Estou basicamente tentando conseguir o máximo possível de mim", disse ele em um vídeo divulgado pela British Transport Police.

Depois da cerimônia, uma oliveira - conhecida como a Árvore da Cura - foi plantada nos jardins da catedral.

- Londres unida -

"Hoje lembramos daqueles que morreram e dos muitos mais que ficaram feridos, e também prestamos homenagem à bravura dos nossos serviços de emergência e àqueles que intervieram ou vieram em auxílio de outros", disse May em um comunicado divulgado no início do dia.

Ela classificou o ataque de 3 de junho de 2017 como "uma tentativa covarde de atacar o coração de nossas liberdades, deliberadamente mirando nas pessoas que aproveitam sua noite de sábado com amigos e familiares" e lembrou que sete das vítimas eram estrangeiras.

"Este é um reflexo de nossa grande capital cosmopolita, cuja energia e valores unem pessoas de todo o mundo, e um trágico lembrete de que a ameaça do terrorismo transcende as fronteiras e afeta a todos nós", disse ela.

Na manhã deste domingo, o secretário do Interior, Sajid Javid, anunciou que uma nova revisão da legislação antiterrorista no Reino deverá ser lançado na segunda-feira - incluindo uma disposição para recrutar até 2.000 oficiais extras de segurança nos serviços de inteligência britânicos.

Os agressores foram mortos a tiros no Borough Market oito minutos após a primeira chamada de emergência.

O grupo Estado Islâmico (EI) assumiu a responsabilidade pelo ataque, inserido em uma campanha de seis meses de agressões ao Reino Unido no ano passado em que foram reivindicadas um total de 35 vidas.

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