Mariano Rajoy anunciou nesta terça-feira que, após 14 anos, deixará a presidência do conservador Partido Popular (PP), depois de ter sido afastado do cargo de primeiro-ministro da Espanha na semana passada por uma moção de censura no Congresso.
"Chegou o momento de colocar um ponto final nesta etapa. O PP tem que seguir avançando e construindo sua história de serviço aos espanhóis sob a liderança de outra pessoa", afirmou em uma reunião do partido.
"É o melhor para o PP e para mim, e acredito que também para a Espanha", completou Rajoy, que anunciou um congresso extraordinário do partido para a escolha do novo líder.
Presidente do PP desde 2004 e chefe de Governo espanhol desde 2011, Rajoy foi derrubado na sexta-feira passada por uma moção de censura no Congresso. O socialista Pedro Sánchez se tornou o primeiro-ministro do país.
Depois de mudar o rumo da economia espanhola, que passou da recessão a crescimentos de 3% ao ano, e lidar com a crise independentista na Catalunha, o líder conservador de 63 anos caiu pelos contínuos escândalos de corrupção em seu partido.
No fim de maio, a justiça condenou o PP por ter sido beneficiário de um caso de corrupção e por ter mantido uma contabilidade paralela durante duas décadas, ao mesmo tempo que colocou em dúvida a credibilidade de Rajoy, que prestou depoimento como testemunha no julgamento.
A sentença levou Pedro Sánchez a apresentara um moção de censura que, para surpresa de muitos, obteve o apoio da maioria no Congresso, com votos dos partidos de esquerdas, dos independentistas catalães e dos nacionalista bascos.