Os crimes cometidos pelas forças leais ao regime sírio durante o cerco a Ghuta Oriental, como, em particular, a fome entre os civis, são comparáveis a crimes contra a humanidade, concluiu uma investigação da ONU divulgada nesta quarta-feira.
Este reduto rebelde localizado às portas de Damasco foi recuperado pelo regime em abril, depois de cinco anos de cerco.
"Depois de concluído o mais longo cerco da história moderna, a Comissão de Investigação da ONU condenou esta prática bárbara", declararam os investigadores em um comunicado.
A Comissão de Investigação Independente (COI) sobre a Síria recebeu seu mandato em março pelo Conselho de Direitos Humanos para investigar os fatos ocorridos entre fevereiro e abril de 2018 em Ghuta Oriental.
A mesma comissão publicou um relatório de 23 páginas detalhando os sofrimentos dos civis nesse encrave.
"O fato de que os civis sitiados fossem atacados sem distinção e que fossem sistematicamente privados de alimentos e medicamentos é algo totalmente revoltante", declarou o chefe da COI, o brasileiro Paulo Pinheiro, no comunicado.
Pinheiro acusou as forças leais sírias de terem recorrido a práticas ilegais, com o objetivo de "penalizar os habitantes e forçar a população a render-se ou morrer de fome".