Um extremista islâmico foi condenado nesta sexta-feira à pena de morte na Indonésia por ter ordenado os atentados de 2016 em Jacarta, os primeiros ataques fatais reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI) no sudeste asiático.
O pregador Aman Addurrahman foi "declarado culpado de ter cometido um ato de violência e condenado à pena de morte", afirmou o presidente do tribunal, Akhmad Zaini, ao anunciar o veredicto.
O juiz recordou o envolvimento do extremista em outros ataques. O condenado não reagiu ao anúncio da sentença.
Aman Abdurrahman é considerado o líder de fato de todos os seguidores do EI na Indonésia e é o líder espiritual do movimento extremista islamita Jamaah Ansharut Daulah (JAD). O pregador tem contato com os dirigentes do EI e é o principal tradutor de sua propaganda na Indonésia, segundo analistas.
A Promotoria havia solicitado a pena de morte. Os atentados de Jacarta deixaram quatro mortos, além dos quatro homens-bomba. Um café e um posto policial foram destruídos no centro da capital do país, um local que reúne várias lojas, os escritórios de várias agências da ONU e embaixadas.
As autoridades indonésias consideram que o JAD, que jurou lealdade ao EI, também está envolvido nos atentados de maio em Surabaya, segunda maior cidade do país. Duas famílias, incluindo duas meninas de 9 e 12 anos, atacaram uma igreja e uma delegacia de polícia e mataram 13 pessoas.
Os 13 agressores morreram nos atentados.
A Indonésia, país muçulmano de maior população do mundo, enfrenta há muitos anos um movimento extremista islâmico. Após os atentados de Bali em 2002 (202 mortos, incluindo vários estrangeiros), as autoridades iniciaram uma grande ofensiva contra os extremistas e reduziram a influência das redes mais perigosas, de acordo com analistas.