O secretário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, disse que o órgão pretende ter um plano implementado para a safra 2018/19 a fim de proteger financeiramente os agricultores norte-americanos dos baixos preços das safras decorrentes de disputas comerciais. Em um evento em Chicago, Perdue reconheceu que os agricultores preferem "comércio, não ajuda" e que gostariam que a disputa comercial entre EUA e China fosse resolvida antes que as tarifas da China sobre a soja norte-americana entrem em vigor no início do mês que vem. Mas ele disse também que os agricultores são "patrióticos" e entendem que o governo Trump precisa ser duro com a China, daí a necessidade de um "plano de compensação" que ajude a cobrir as contas se os preços das commodities caírem com a redução das exportações para a China. "Nós estamos esperando que possamos ter algum tipo de plano para os produtores quando eles começarem a colheita neste outono."
Segundo Perdue, o primeiro passo é descobrir a parcela do recuo dos preços das commodities que se deve à disputa comercial em comparação à influência das forças de oferta e demanda não relacionadas. "Nossos economistas estão usando fórmulas e algoritmos para determinar a elasticidade dessa perturbação no comércio, versus fatores de mercado", disse Perdue. É um trabalho extenso - produtores de diversas culturas, de maçãs a suínos e etanol enfrentam tributos punitivos - e um "processo dinâmico", já que os preços mudam diariamente, afirmou.
Perdue comparou ainda as atuais tensões entre EUA e Canadá sobre o comércio com uma disputa entre parentes próximos. "Somos praticamente familiares", disse ele, citando a fronteira mais longa do mundo. Dito isso, "o Canadá subestimou os EUA", afirmou Perdue, destacando o que chama de sistema de apoio a lácteos do Canadá, que garante renda aos produtores de leite canadenses que contribuem para o excesso de oferta de produtos lácteos, que pesou sobre os preços dos produtores dos EUA, da Nova Zelândia e de outros locais.
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