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Estado de Minas

Mais de 25 civis mortos em bombardeios do regime no sul da Síria


postado em 28/06/2018 14:42

Mais de 25 civis morreram nesta quinta-feira em bombardeios atribuídos à aviação russa na província de Deraa, na Síria, no dia mais sangrento desde o início da ofensiva do regime e seus aliados para expulsar os rebeldes desta região estratégica.

As potências ocidentais criticaram as operações militares lançadas em 19 de junho pelo regime de Bashar Al-Assad e seu aliado russo contra esta província em parte controlada pelos insurgentes.

Várias ONGs expressaram seu medo de uma nova crise humanitária neste país, em guerra desde 2011.

Após consolidar seu poder na capital Damasco, o regime de Assad concentra suas forças no sul, uma região-chave na fronteira com a Jordânia e com as Colinas de Golã, parcialmente ocupadas por Israel.

Nesta quinta-feira, pelo menos 22 civis morreram na província de Deraa em bombardeios aéreos atribuídos à aviação de Moscou, de acordo com uma ONG.

Dezessete das 25 vítimas morreram quando se refugiaram no porão de uma casa na cidade de Al Mseifra, para escapar dos ataques aéreos. Entre eles, cinco crianças, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Não foi possível confirmar com uma fonte independente se a aviação russa realizou ou não o bombardeio, mas Moscou sempre negou que visasse alvos civis.

"O balanço desta quinta-feira é o mais elevado desde 19 de junho", ressaltou o diretor da OSDH, Rami Abdel Rahman, à AFP.

Em uma semana, 96 civis morreram nos bombardeios aéreos e disparos de artilharia contra setores rebeldes.

Desde 19 de junho, as forças do regime intensificaram seus bombardeios na província de Deraa e depois lançaram uma ofensiva contra os bairros rebeldes da cidade de mesmo nome.

Cerca de 750 mil civis que vivem nas áreas rebeldes do sul da Síria estão ameaçados pelas operações do regime, alertou a ONU recentemente.

Além disso, as operações em Deraa forçaram a fuga de 45.000 civis, um êxodo sem precedentes nesta região, segundo a ONU.

A Jordânia já avisou que seu país não poderia acomodar um novo fluxo de refugiados. O país vizinho já abriga 650 mil refugiados sírios.

"A escalada do conflito no sul da Síria vai piorar a situação para uma população que já sofre para ter acesso a cuidados de saúde", denunciou à AFP uma diretora da a Médicos Sem Fronteiras (MSF), Gemma Dominguez.

Ainda nesta quinta, centenas de refugiados sírios começaram a retornar para seu país pela localidade fronteiriça libanesa de Arsal, no âmbito de uma operação coordenada entre as autoridades de Beirute e de Damasco.

Diante da diminuição dos combates em alguns lugares da Síria, as autoridades libanesas aumentaram seus pedidos aos refugiados para que voltem para as zonas estabilizadas sírias.

Pequeno país de quatro milhões de habitantes, o Líbano recebeu pelo menos um milhão de refugiados da vizinha Síria.

Apenas Arsal abriga 36.000 deslocados sírios, segundo o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). A maioria procede de localidades sírias situadas do outro lado da fronteira.


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