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Estado de Minas

Visita de Pence a Quito suaviza tensões nas relações EUA-Equador


postado em 28/06/2018 17:24

Estados Unidos e Equador deixaram para trás uma década de relações tensas com a visita do vice-presidente Mike Pence, que pediu nesta quinta-feira (28) a Quito para tomar medidas para "isolar" o governo venezuelano de Nicolás Maduro.

"Nossas nações passaram dez anos bastante difíceis, em que nossos povos estavam próximos, mas nossos governos se afastaram", disse Pence, após se reunir durante duas horas, em caráter privado, com o presidente Lenín Moreno no Palácio de Carondelet.

O presidente declarou iniciada uma nova forma de os dois países se relacionarem, depois de episódios espinhosos ocorridos durante o governo de Rafael Correa (2007-2017), devido à expulsão de uma embaixadora americana e a retirada de uma base militar de onde Washington fazia operações antidrogas.

Pence, que incentivou que a OEA declarasse ilegítima a recente reeleição de Maduro até 2025, insistiu em Quito na necessidade de "restabelecer a democracia" na Venezuela.

"Nós respeitosamente exortamos o Equador e todos os nossos aliados na região a darem passos para isolar ainda mais o regime de Maduro", disse Pence.

No entanto, Moreno afirmou que o diálogo e a mediação são o caminho "para encontrar uma saída pacífica e democrática" para a crise no país vizinho, que motivou a migração de 150.000 venezuelanos para o Equador, segundo o presidente.

O asilo que o Equador dá desde 2012 em sua embaixada, em Londres, ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, não foi comentado publicamente por Pence, apesar de dez senadores da oposição nos Estados Unidos terem pedido na quarta-feira que o vice-presidente discutisse o tema com Moreno.

"É imperativo que apresente as preocupações dos Estados Unidos ao presidente Moreno sobre o contínuo apoio do Equador ao senhor Assange em um momento em que o WikiLeaks continua socavando os processos democráticos em nível mundial", declararam, em carta assinada por Robert Menéndez, o democrata de mais alto nível no Comitê de Relações Exteriores do Senado.

A carta destacou a interferência de WikiLeaks nas presidenciais dos Estados Unidos em 2016, assim como nas francesas de 2017 e no referendo espanhol do mesmo ano sobre a independência da Catalunha.

Assange, que refugiou-se na delegação equatoriana em Londres para evitar ser entregue à Suécia por supostos crimes sexuais, teme deixar a embaixada, ser detido e acabar extraditado aos Estados Unidos por ter divulgado milhares de segredos oficiais deste país.

Pence, que antes visitou o Brasil, ofereceu ajuda ao Equador para enfrentar ameaças à sua segurança e se comprometeu com a entrega de 1,5 milhão de dólares para o combate à corrupção e dois milhões de dólares para dar apoio à atenção aos imigrantes venezuelanos.

Os acordos, disse Moreno, vão servir para combater o tráfico de drogas e a violência, em particular na fronteira com a Colômbia, atingida por incomuns ataques contra as forças públicas e onde uma equipe do jornal equatoriano El Comercio foi sequestrada em março passado e assassinada no cativeiro por rebeldes dissidentes das Farc.


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