Jornal Estado de Minas

Atirador mata cinco pessoas em redação de jornal nos EUA

Ao menos cinco pessoas perderam a vida nesta quinta-feira (28) quando um homem armado abriu fogo dentro da redação do jornal Capital Gazette, em Annapolis, cidade histórica a uma hora de Washington - um ataque direcionado contra um veículo alvo de ameaças, segundo a Polícia.

As autoridades descreveram o suspeito - que foi detido e estava sendo interrogado - como um homem branco armado com fuzil ou escopeta e que, aparentemente, agiu sozinho.

Segundo a Polícia, tratou-se de um "ataque direcionado" contra o jornal, que vinha recebendo ameaças por meio de redes sociais.

"Foi um ataque direcionado contra o Capital Gazette", disse o chefe de polícia do condado de Anne Arundel, Bill Krampf, à imprensa.

Ele declarou, ainda, que é desconhecida a motivação do atirador, mas acrescentou: "sabemos que houve ameaças enviadas ao Capital Gazette através da mídias sociais. Estamos tentando confirmar a partir de que conta e quem as enviou".

Um repórter do jornal, Phil Davis, fez no Twitter um relato arrepiante de como o "atirador disparou através de uma porta de vidro na redação contra vários funcionários".

"Não há nada mais terrível do que ouvir disparos contra várias pessoas, enquanto você está debaixo de uma mesa de escritório e ouve o atirador recarregar", relatou Davis.

"Há cinco vítimas fatais, até onde sabemos. Também há várias pessoas gravemente feridas", disse Bill Krampf, chefe da Polícia do condado de Anne Arundel, em coletiva de imprensa improvisada nos arredores do edifício onde fica a redação do Capital Gazette.

O tenente Ryan Frashure, porta-voz da Polícia, disse que três pessoas ficaram feridas.

Steve Schuh, funcionário do condado de Anne Arundel, acrescentou, em declarações à CNN, que o suspeito "não foi particularmente colaborativo" e que a Polícia não pôde confirmar seu nome.

Krampf destacou que a Polícia encontrou um suposto artefato explosivo e que o edifício de quatro andares agora está seguro.

Ele disse que 170 pessoas foram acompanhadas em segurança até a saída do prédio.

O editor do jornal, Jimmy DeButts, revelou no Twitter estar "devastado e com o coração partido".

O ataque reavivou as lembranças de um incidente ocorrido em 2015 em Roanoke, na Virgínia, no qual dois jornalistas foram assassinados durante uma transmissão ao vivo de um canal local de TV.

"Cada ataque a tiros como este é horrível, mas um que ocorre em um local onde trabalham jornalistas é particularmente preocupante e me traz uma enxurrada de lembranças desse dia trágico para mim", disse Andy Parker, pai de uma das vítimas de Roanoke, Alison.

- 'Ataque contra todos os americanos' -

"Meus pensamentos e orações estão com as vítimas e suas famílias. Obrigado a todos dos Primeiros Socorros, que estão atualmente no local" dos disparos, escreveu o presidente Donald Trump, em mensagem de apoio postada no Twitter.

"Condeno firmemente o ato maléfico, de violência sem sentido em Annapolis, Maryland", tuitou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders. "Um ataque violento contra jornalistas inocentes fazendo seu trabalho é um ataque contra todos os americanos", acrescentou.

O governador de Maryland, Larry Hogan, também usou o Twitter para se declarar "absolutamente devastado" com as notícias do ataque. "Por favor, prestem atenção a todas as advertências e mantenham-se longe da área.

Rezando pelos que estão no local e por nossa comunidade".

Vários legisladores protestaram, fazendo apelos pelo fim a violência armada.

"Meu coração está com as famílias, os amigos e os entes queridos das vítimas, enquanto sabemos mais desta situação terrível", declarou o senador do estado, Chris Van Hollen. "Precisamos nos unir para pôr um fim à violência".

"O ataque sem sentido contra um jornal de Maryland, hoje, é repugnante. Deus abençoe esses jornalistas", tuitou o presidente da Câmara de Representantes, Paul Ryan.

Um estudo recente mostrou que os americanos têm 40% das armas disponíveis no mundo, apesar de representarem apenas 4% da população mundial.

Das 857 milhões de armas que os civis possuem, 393 milhões estão nos Estados Unidos - mais das que estão nas mãos de todos os cidadãos comuns em outros 25 países somados, de acordo com a Small Arms Survey.

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