A greve dos caminhoneiros de maio acelerou a inflação do Brasil em junho, que alcançou 1,26%, seu maior nível desde janeiro de 2016, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os setores que mais cresceram no índice (IPCA) foram habitação (2,48%), alimentação e bebidas (2,03%) e transportes (1,58%).
Na alimentação, os preços do frango dispararam (de -0,99% em maio a 8,02% em junho), bem como os da carne (de -0,38% a 4,60%) e do leite longa vida (15,63%).
Em habitação, os preços da energia elétrica subiram 7,93%, mais que o dobro dos 3,53% de maio.
O IPCA já tinha subido de 0,22% em abril a 0,40% em maio, refletindo a escassez de combustível, insumos e alimentos provocada pela greves dos caminhoneiros contra a alta dos preços do diesel, que nos últimos dez dias de maio paralisou o país.
Em junho de 2017, o índice de preços tinha registrado um retrocesso de 0,23%.
Nos primeiros seis meses do ano, o IPCA alcançou 2,60%, frente a 1,18% no mesmo período do ano passado.
O impacto da greve também apareceu no acumulado de 12 meses, que chegou a 4,39% em junho, frente a 2,86% na mesma medição de maio.
Mesmo com a queda, o IPCA está dentro da meta do Banco Central de 4,5% neste ano, com margem de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
A expectativa do mercado é de uma inflação de 4,03% neste ano, de acordo com a última pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central.
Em 2017, a alta de preços foi de 2,95%.