O chefe do governo líbio de unidade nacional (GNA), Fayez Al Sarraj, manifestou nesta sexta-feira (20) sua rejeição categórica a instalar na Líbia centros de acolhida para migrantes, como querem os países da União Europeia (UE).
"Somos totalmente contra o fato de que a Europa queira instalar oficialmente em nosso país os migrantes ilegais que eles não querem na UE", afirmou Sarraj, em entrevista ao jornal alemão "Bild".
"Tampouco faremos acordos com a UE para assumirmos migrantes ilegais em troca de dinheiro", insistiu.
"Estou muito surpreso que, na Europa, ninguém mais queira acolher os migrantes e que nos peçam para acolher centenas de milhares (deles) aqui", completou o chefe de governo, nessa entrevista realizada na Tunísia.
Sarraj também pediu aos europeus que pressionem mais os países de origem dos migrantes, mais do que a Líbia, onde os traficantes de pessoas se aproveitaram do caos para lançar um lucrativo negócio.
No final de junho, os países-membros da UE, muito divididos sobre a questão migratória, chegaram a um acordo para "explorar" a criação de "plataformas de desembarque" fora da Europa.