Legislador americano renuncia após participação polêmica em programa de TV

O político republicano Jason Spencer, eleito pela Georgia, nos EUA, declarou que irá renunciar ao cargo após a polêmica participação dele no programa ‘Who is America?’, do comediante Sacha Baron Cohen. 

Em um quadro do show, Spencer aparece interagindo com Sacha Baron Cohen, que se apresenta como um ‘treinador de técnicas anti-muçulmanas’. Durante o ‘treinamento’, no qual Sasha oferece exercícios de autodefesa ao político, Spencer arria as calças e tenta golpear o apresentador usando as nádegas. Em outro momento, o político grita ‘nigger’, palavra considerada racista no país, para atrair atenção de um ‘sequestrador’ fictício. Logo após a fala, Sacha o repudiou. “Essa palavra é nojenta”. 

Em resposta às críticas, Spencer afirmou que foi enganado pelo apresentador. "Por mais desconfortável que eu estivesse em participar, concordei, entendendo que essas ‘técnicas’ me ajudariam a evitar um ataque”, pontuou. De acordo com o político, a produção do programa afirmou que as imagens gravadas seriam parte de um ‘vídeo de demonstração’ para ensinar técnicas israelitas de autodefesa aos cidadãos norte americanos. “Sacha e sua equipe mentiram e afirmaram que eu poderia rever e aprovar o resultado final de qualquer gravação usada”, pondera.

Em carta ao porta voz do governo estadual da Georgia, David Ralston, Spencer escreveu que “esse e-mail serve como um registro oficial da minha renúncia, que acontecerá efetivamente no dia 31 de julho de 2018”. Anteriormente, Spencer declarou que não renunciaria ao cargo e ameaçou processar Sacha Baron Cohen por tê-lo ‘enganado’. 

A participação do político no programa desagradou diversas pessoas. Uma delas foi o governador do estado da Georgia, Nathan Deal. “As ações e a linguagem usadas por Jason Spencer são chocantes e ofensivas. Não há qualquer desculpa para esse tipo de comportamento. Estou triste e enojado por ele”, publicou o governador.

“Como um morador da Geórgia, isso apenas confirma os baixos índices da nossa educação. Ao menos fico contente que esse louco tenha sido exposto, mas nós e todos os outros estados ainda estamos cheios de pessoas como ele”, escreveu um homem no twitter ao comentar sobre o caso. “São essas pessoas que estão à frente do país?”, lamentou outro. “Injúria racial contra negros e muçulmanos, homofobia e estupidez. Eu detesto isso, mas ao menos deixa transparente como esse grupo de políticos está infiltrado na América”, afirmou uma mulher.