Jornal Estado de Minas

Cientistas `dizem que onda de calor na Europa é sinal do aquecimento global

A atual onda de calor que atinge a Europa é um "sinal inequívoco" da mudança climática que a tornou "mais provável", de acordo com um estudo preliminar que não chega a atribuir essa onda de calor unicamente ao aquecimento global.

Desde o início dessa onda de calor, que vem afetando todo o hemisfério norte há várias semanas, os cientistas apontam que ela é compatível com as tendências anunciadas pelos modelos climáticos.

Mas, em geral, relutam em atribuir unicamente ao distúrbio climático a ocorrência de um evento meteorológico extremo, qualquer que seja.

No entanto, cada vez mais pesquisas estão sendo conduzidas para determinar a posteriori se um evento poderia não ter ocorrido sem a mudança climática causada pelas atividades humanas.

Os pesquisadores da rede World Weather Attribution (WWA) decidiram ir mais rápido e não esperar pelo fim desta onda de calor para iniciar seus cálculos, destacando a natureza "preliminar" de seus resultados.

Eles compararam os três dias consecutivos mais quentes da onda de calor atual, medida em sete estações meteorológicas em seis países (Finlândia, Dinamarca, Irlanda, Holanda, Noruega, Suécia) aos três dias consecutivos mais quentes registrados todos os anos pelas mesmas estações cujos dados datam do início do século XX.

Usando modelos climáticos, eles concluem que a onda de calor atual era "mais provável" devido ao aquecimento.

"O sinal da mudança climática não é ambíguo", insiste o comunicado da WWA. Mas os pesquisadores diferenciam as diferentes regiões.

Para a Holanda, Dinamarca e Irlanda, eles acreditam que a mudança climática "mais do que dobrou a probabilidade da atual onda de calor", ressalta Geert Jan van Oldenborgh, pesquisador do Instituto Holandês de Meteorologia KNMI.

Por outro lado, para as quatro estações mais ao norte, os dados só permitem concluir que a mudança climática aumentou as probabilidades de aquecimento atual, sem quantificar essa probabilidade.

"Para a estação no extremo norte, no Círculo Polar Ártico, a atual onda de calor é simplesmente extraordinária, sem precedentes em dados históricos", observou Jan van Oldenborgh.

Mesmo afirmando que estão confiantes na confiabilidade de suas conclusões, os cientistas enfatizam que essa análise é "preliminar", baseada em parte nas previsões de calor para os próximos dias e que um estudo completo "só pode ser feito depois do verão ".

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