As equipes de resgate ainda lutavam neste sábado (28) contra a lama e as inundações em uma extensa área do sul do Laos em busca de sobreviventes após o rompimento de uma represa na segunda-feira, enquanto uma autoridade local sugeriu que ainda poderia haver 1.126 desaparecidos.
O número preciso de mortos e desaparecidos é desconhecido devido à complexidade da operação de resgate em uma área de difícil acesso e à falta de transparência do partido comunista, diante de uma crise sem precedentes.
"As tarefas de busca são muito complicadas, muitas áreas não são acessíveis de carro ou de barco. Nossas equipes estão diante de muitas limitações no terreno", declarou na sexta-feira a subsecretária do comitê da província de Attapeu, Meenaporn Chaichompoo.
"Ainda estamos procurando por 1.126 pessoas", disse, acrescentando que 131 desaparecimentos foram confirmados por parentes.
Inicialmente, as autoridades forneceram um balanço de 27 mortes, mas a autoridade provincial reduziu para 6, sem dar qualquer explicação.
A ruptura da barragem de Xe-Namnoy, depois de fortes chuvas de monção, inundou uma área de dezenas de quilômetros de extensão.
A lenta diminuição das águas bloqueou o acesso a algumas cidades e recobriu a área com uma lama espessa.
"É um dos piores (desastres) que eu já vi, especialmente desde que o nosso país não está preparado para operações de resgate desta magnitude", declarou à AFP um voluntário que pediu anonimato.
Ontem, as imagens do choro de um bebê resgatado das águas torrenciais simbolizaram as vítimas da catástrofe.
O vídeo foi feito pelos socorristas tailandeses que resgataram a criança, que passou vários dias sem comer agarrado a sua mãe em cima de uma árvore cercada por água e barro.
A ruptura da represa hidroelétrica na segunda fez milhões de toneladas de água inundarem a região do sul do Laos, chegando até mesmo ao vizinho Camboja.
A catástrofe levantou dúvidas sobre a segurança de outras represas no país, um dos mais pobres do Sudeste Asiático.
"Nossa preocupação é que a maioria das barragens são construídas por empresas estrangeiras e as autoridades do Laos não têm a experiência e as ferramentas para detectar problemas ou falhas", indicou neste sábado à AFP um habitante da área, Si Wonghajak.
A Coreia do Sul, um dos países envolvidos na construção da barragem que rompeu, anunciou na sexta-feira uma ajuda emergencial de um milhão de dólares, metade em equipamentos e a outra metade em dinheiro.