O governo federal dos Estados Unidos reforçou, neste sábado (28), a ajuda para a Califórnia com o envio de milhares de bombeiros para conter uma série de incêndios que deixaram seis mortos e destruíram milhares de imóveis.
O maior dos incêndios que ameaçam o estado quase duplicou em tamanho, enquanto outro obrigou milhares de pessoas a fugirem, e um terceiro forçou o fechamento parcial do popular Parque Nacional Yosemite.
Duas crianças e sua bisavó de 70 anos, Melody Bledsoe, morreram no incêndio conhecido como Carr, confirmaram seus familiares à imprensa.
As chamas também mataram dois bombeiros, disse o Serviço Florestal e de Proteção de Incêndios da Califórnia (Cal Fire), enquanto outro bombeiro faleceu no incêndio identificado como Fergunson.
Em uma declaração de emergência para a Califórnia, o presidente Donald Trump "ordenou ajuda federal para complementar os esforços de resposta estaduais, comunitários e locais, devido às condições de emergência que resultaram de um incêndio florestal que começou em 23 de julho", disse a Casa Branca.
A Agência Federal para o Manejo de Emergências "está autorizada a identificar, mobilizar e proporcionar, a seu critério, equipamentos e recursos necessários para aliviar os impactos da emergência", acrescentou.
- Milhares de evacuados -
Na sexta-feira, o governador californiano Jerry Brown pediu ajuda federal "para salvar vidas e proteger a propriedade", disse seu gabinete em uma nota.
Brown também pediu aviões militares, abrigos e água para 30.000 moradores evacuados no condado de Shasta, no norte-centro do estado, onde o Carr cresceu de maneira "incontrolável", segundo o comunicado.
Além disso, foi declarado estado de emergência em Shasta e ordenado às forças da Guarda Nacional que ajudassem os 3.400 bombeiros que já estavam tentando conter as chamas que destruíram 500 estruturas.
De acordo com os serviços de emergência da Califórnia (Cal OES), 63.000 hectares foram consumidos pelo fogo nos 14 incêndios registrados no estado, e cerca de 10.000 bombeiros foram mobilizados para combatê-los.
Desde segunda-feira, o incêndio "Carr", ao norte da cidade de Redding (norte da Califórnia), consumiu 32.700 hectares, destruiu 500 imóveis e danificou outros 75, indicou a Calfire neste sábado. Na quinta, dois bombeiros morreram nas tarefas de extinção das chamas e, na sexta à noite, o fogo havia arrasado 20.000 hectares.
No sul da Califórnia, "mais de 1.300 bombeiros lutam contra o fogo, que destruiu cinco mansões, e provocou o fechamento de estradas e a retirada de cerca de 7.000 pessoas", indicou o serviço florestal dos Estados Unidos.
As chamas deflagradas na quarta-feira no parque nacional de San Bernardino arrasaram com 5.300 hectares e, até agora, esse incêndio foi contido em apenas 17%, segundo um balanço de sábado, às 17h GMT (14h, horário de Brasília). Três bombeiros ficaram feridos, e o fogo ainda ameaça 4.900 prédios.
Pouco depois do início do incêndio, as autoridades prenderam Brandon McGlover, de 32 anos, suspeito de ser o responsável por nove incêndios no sudoeste do condado de Riverside. Na sexta de manhã, ele foi indiciado com 15 acusações de incêndio criminoso, mas se declarou inocente.
Mais ao norte, outro incêndio - chamado de "Ferguson" - continuou seu avanço perto do Parque nacional de Yosemite. O fogo levou ao fechamento de alguns setores do parque, incluindo o Vale de Yosemite, que deveria reabrir ao público em 3 de agosto.
O serviço de urgências do governo da Califórnia advertiu que "o risco de incêndio continua aumentando".
"Assegurem-se de que sua família e amigos estejam preparados para a evacuação", tuitou o órgão.
Segundo o Centro Nacional de Coordenação de Incêndios (NIFC, na sigla em inglês), neste sábado pela manhã, houve 36 grandes incêndios em todo país, os quais já haviam arrasado 93.000 hectares no território.