O jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores em 1980 do Partido dos Trabalhadores (PT) junto com Luiz Inácio Lula da Silva antes de ser um dos impulsionadores em 2016 do impeachment à presidente Dilma Rousseff, morreu nesta terça-feira (31), aos 96 anos, informaram parentes próximos.
A morte do advogado, em São Paulo, decorreu por diversos problemas de saúde.
Bicudo foi um importante militante a favor dos direitos humanos, muito crítico aos esquadrões da morte durante a ditadura militar (1964-1985). Chegou a presidir a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
O também ex-deputado e vice-prefeito de São Paulo se desvinculou ao PT em 2005 depois que veio à tona o escândalo de corrupção do "Mensalão", um sistema de compra de apoio parlamentar mediante subornos, durante o primeiro governo de Lula.
Seu distanciamento com o PT foi selado quando ele se tornou um dos três advogados que elaboraram o pedido de destituição de Dilma Rousseff, a herdeira política de Lula, acusada de maquiar as contas públicas.
"Dizer que o impeachment é um golpe é equivocado. Não é um golpe. A Constituição diz que há crime quando um presidente comete atos contra as leis", disse Bicudo em entrevista à AFP em 2015.
O presidente conservador Michel Temer prestou homenagem a Bicudo nesta terça-feira.
"O Brasil perdeu hoje Hélio Bicudo, um homem notável. Ao longo de sua vida, pudemos conhecer toda sua trajetória de defesa dos valores democráticos. Minhas sinceras condolências aos seus familiares", escreveu o presidente no Twitter.