Uma série de incêndios florestais, que já somam quase a área da cidade de Los Angeles, devem conformar a partir desta segunda-feira o maior incêndio da história do estado da Califórnia.
Os incêndios River e Ranch, que as autoridades denominam como Mendocino Complex, já arrasaram uma área de 273.664 acres ou 1.100 km2 no norte da Califórnia.
Na manhã desta segunda-feira, as autoridades locais informaram que o incêndio já era o segundo maior da história em área desvastada.
"A previsão é de que será o número um a partir desta noite, infelizmente", disse o porta-voz da agência de combate a incêndios da Califórnia (Cal Fire), Scott McLean, em um boletim transmitido pela página do órgão no Facebook.
O maior incêndio em área da história da Califórnia foi o Thomas, que em dezembro de 2017 destruiu 1.140 km2, quase a área de Los Angeles (1.300 km2).
Apesar da área devastada, o Mendocino Complex não é tão devastador como o Carr, também no norte, que consumiu 660 km2 mas já matou sete pessoas e destruiu 1.600 prédios, incluindo 1.000 residências.
O Carr teve origem em uma "falha mecânica de um veículo" e é considerado o sexto incêndio mais destrutivo da história da Califórnia. No momento está 45% controlado.
A última vítima foi um trabalhador que morreu no domingo quando reparava uma linha elétrica em uma área remota do condado de Shasta.
Ao menos 14 mil bombeiros combatem 16 focos ao longo do Estado, que no total já consumiram 2.370 km2, o que traz um prognóstico sombrio para o restante da temporada de incêndios, que termina em dezembro.
"São extremamente rápidos, extremamente agressivos, extremamente perigosos", disse o porta-voz ao jornal Los Angeles Times. "Vejam como avançou em apenas alguns dias. Olhem como o Mendocino Complex cresceu rápido, é algo incomum".
- "Evacuações prosseguem -
O incêndio River está 58% controlado, mas o Ranch - 21% - avança para o norte e o sul com violência, superando barreiras naturais e construídas pelo homem, inclusive ardendo durante a madrugada, quando geralmente perde força.
Os bombeiros combatem as chamas apoiados por helicópteros e aviões, incluindo dois gigantescos DC-10 e um 747 que lançam água sobre as chamas.
O objetivo dos bombeiros é proteger as comunidades ameaçadas, que foram evacuadas: 9.300 prédios estão sob risco e 75 residências já foram destruídas.
Outro grande incêndio, chamado de Ferguson, levou ao fechamento do turístico parque Yosemite, e está 38% sob controle.
Para esta semana o prognóstico do clima não é nada alentador: muito calor e pouca umidade, o que contribui para a expansão das chamas.
O Pentágono anunciou que enviará 200 soldados para ajudar os bombeiros no combate aos incêndios, que já atingem terras federais.
O governo americano já enviou quatro aviões de carga adaptados com tanques.
O presidente Donald Trump atribuiu a destruição causada pelas chamas às "más leis ambientais", sem mencionar as vítimas.
"Os incêndios na Califórnia estão sendo maximizados pelas más leis ambientais, que não permitem a utilização adequada das grandes quantidades de água facilmente disponíveis", tuitou Trump no domingo.
O presidente recebeu críticas em todo o mundo no ano passado quando retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima.