Chuvas torrenciais acompanhadas de rajadas de vento varriam nesta sexta-feira (24) o Havaí, onde o furacão Lane provocou os primeiros deslizamentos e inundações "catastróficas", obrigando milhares de pessoas a buscarem refúgio em albergues.
As principais regiões habitadas do arquipélago, incluindo a capital Hololulu, se mantêm em alerta nesta sexta na passagem da tempestade, que diminuiu sua intensidade para a categoria 2 na escala Saffir-Simpson que vai até 5, mas avança a 3 km/h, podendo provocar grandes estragos.
"Não será uma corrida rápida, será uma maratona", disse Bill Roche, diretor regional adjunto da Agência Federal para a Gestão de Emergências (FEMA).
Às 18h00 GMT (15h de Brasília), Lane estava a 274 km de Honolulu, onde se mantém o "alerta de furacão", com ventos de 170 km/h, segundo o último boletim do Centro Nacional de Furacões do Pacífico (CPHC).
"Está previsto algum enfraquecimento adicional mais tarde e esta noite, mas espera-se que Lane continue sendo um furacão perigoso à medida que se aproximar das ilhas", acrescentou o informe.
A velocidade é chave no grau de destruição que pode provocar, explicou a cientista atmosférica Rosimar Ríos-Berríos.
"Ao se mover tão lentamente, os eventos de chuva se prolongam por mais tempo", causando destruição, explicou à AFP a especialista do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (privado) no Colorado.
Em algumas localidades de Big Island (Ilha Grande), a primeira a ser impactada e onde o vulcão Kilauea está em erupção, caíram 760 mm de chuva.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o furacão "não debe ter maior impacto na erupção", mas advertiu para os gases tóxicos que podem emanar devido ao contato de água fria nos rios de lava incandescente.
O CPHC prevê sobretudo o arquipélago acúmulos de 250 a 500 mm de chuva e de até 1.000 em algumas áreas, "o que leva a inundações e deslizamentos de terra catastróficos e potencialmente mortais".
O presidente Donald Trump decretou na quinta-feira estado de emergência para o Havaí, o remoto estado situado a 3.200 km da costa americana, no oceano Pacífico.
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