A Venezuela acusou nesta quinta os Estados Unidos de "terrorismo de Estado", ao rejeitar um relatório de Washington que questiona sua cooperação na luta contra grupos armados ilegais.
"A Venezuela não reconhece semelhante prática unilateral e arbitrária que simule avaliar e qualificar outros países, ainda mais quando o pretenso avaliador é nada mais nada menos que o principal protagonista do terrorismo de Estado no mundo", afirma um comunicado da chancelaria.
Caracas considera que os Estados Unidos exercem essa prática "através da fabricação de guerras fratricidas injustificáveis, da manutenção de centros ilegais de detenção e tortura e do financiamento aberto a grupos terroristas para defender seus interesses econômicos e geopolíticos".
Um informe do Departamento de Estado divulgado nesta quarta-feira pela embaixada americana em Caracas assegura que a Venezuela não está "cooperando" com "os esforços para a luta contra o terrorismo".
O Departamento de Estado denunciou que o governo socialista "recorrentemente acusa de 'terrorismo' suas oponentes políticos".
A chancelaria venezuelana condenou igualmente um eventual "uso da força militar" contra o país com as maiores reservas de petróleo, assim como as sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos à Venezuela e sua petroleira estatal PDVSA.
Também reiterou que "Maduro e as mais altas autoridades do Estado foram alvo de um atentado terrorista planejado e financiado precisamente nos Estados Unidos (...), que felizmente não alcançou seus perversos objetivos".
No dia 4 de agosto, dois drones carregados de explosivos estouraram nas proximidades de onde o presidente e outros funcionários de seu governo participavam de um ato militar em Caracas.
Maduro argumenta que os autores intelectuais e financiadores do ataque residem nos Estados Unidos e na Colômbia. A justiça venezuelana exige sua extradição.
Um parlamentar opositor, Juan Requesens, foi preso pelo ataque. O ex-chefe legislativo Julio Borges, exilado em Bogotá também foi acusado.