Jornal Estado de Minas

Aposta de Michael Bloomberg é a favor do clima e contra Trump

O ex-prefeito de Nova York e magnata Michael Bloomberg usa parte de sua fortuna, estimada em 51 bilhões de dólares, tanto em ações de mobilização em favor do clima como para inclinar as forças no Congresso dos Estados Unidos para o lado democrata.

O magnata de 76 anos conversou com a AFP no âmbito do encontro One Planet Summit, realizado em Nova York nesta quarta-feira (26), em paralelo à Assembleia Geral da ONU. Como fez em outra cúpula sobre o clima que ele mesmo organizou em San Francisco há duas semanas, reiterou que as iniciativas privadas e os atores locais podem substituir a ação dos Estados.

PERGUNTA: Por que você se mostra tão otimista sobre o clima quando muitos líderes advertem que a Terra está ameaçada por uma grande catástrofe?

RESPOSTA: Estamos progredindo, a China está progredindo, a União Europeia está progredindo. No fim, não são os Estados que mudam os comportamentos, é o capitalismo, é o interesse econômico das empresas que querem ser ecológicas porque seus funcionários, seus investidores e seus clientes exigem isso. E também o povo, que quer respirar um ar limpo hoje e beber água limpa hoje.

O governo federal (dos Estados Unidos) tem estado ausente há muito tempo, não só essa administração. Realmente não importa porque as usinas de carvão vão desaparecer às custas do gás natural, sem importar o que o governo diga. O governo federal pode piorar as coisas em termos de normas ambientais, mas a boa notícia é que os tribunais estão impedindo uma parte dessas tentativas.

P: Mas a China continua construindo usinas de carvão...

R: Ainda está abrindo usinas a carvão, mas também está fechando muitas (...) A Índia é ainda pior. Mas, eventualmente, a China entenderá que, por conta de sua geografia, ficará sem água a menos que façamos algo, e que as pessoas pobres sofrerão realmente com a poluição do ar.

P: Você disse que está considerando se candidatar à Casa Branca em 2020. Qual é a sua data limite para decidir?

R: Não há uma data limite.

Acho que provavelmente não será logo depois das eleições legislativas (em novembro). Nos dois ou três meses seguintes será necessário começar a focar nisso. Mas não existe data limite.

Será mais difícil declarar no dia antes da eleição, será um pouco mais fácil dois dias antes, e muito mais fácil um ano e meio antes.

P: Também anunciou há alguns meses que gastará 80 milhões de dólares nas eleições de novembro para apoiar os candidatos democratas no Congresso.

R: Os candidatos ao Congresso vão começar a ver anúncios na televisão a favor ou contra eles, dependendo de que lado estejam. Não vamos ajudar quem não tem nenhuma chance, nem os que com certeza serão eleitos, pois não precisam de nós. O apoio irá para o meio, para cerca de 25 pessoas.

Acho que iremos ultrapassar os 80 milhões (...) Creio que tenho a obrigação de fazer isso. Posso me permitir e devo fazer todo o possível para melhorar o país que vou deixar para os meus filhos e netos.

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